sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Sua empresa funciona tão bem quanto uma escola de samba?

por Marcos Morita*

Goste ou não de batuque, a verdade é que o carnaval bate novamente em nossas portas, desta vez um pouco mais tardio. A maioria já voltou de férias e está no batente há algumas semanas, o que faz esta parada estratégica, seja para rasgar a fantasia, assistir aos desfiles, viajar ou simplesmente não fazer nada, curtindo as capitais vazias. Não obstante as críticas, o fato é que o ano irá de fato começar após a 4ª feira de cinzas, esteja você sóbrio ou de ressaca. E já que o tema é carnaval, sabia que as empresas têm muito a aprender com as escolas de samba?

Nós brasileiros, acostumados a acompanhar os desfiles desde criança, pouco reparamos no planejamento, organização e execução do evento, focando nossas atenções às pirotecnias de carnavalescos brilhantes como Joãozinho Trinta, da Beija Flor, ou Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, que trouxeram o circo, o cinema e a tecnologia para a avenida em atrações de tirar o fôlego até para quem não gosta de folia. Colocado o pano de fundo, vejamos então as lições que podemos extrair destas agremiações.

Enredo: proveniente do verbo enredar, significa literalmente prender na rede, entrelaçar. Em uma história, seria o ato de juntar as ações numa sequência lógica de espaço e tempo. As agremiações o escolhem logo após o término do Carnaval, o qual guiará o tema, a fabricação das fantasias, as alegorias e a composição do samba do próximo ano: quesitos que precisam estar em perfeita sintonia com o enredo. Já pensou quantas empresas encontram dificuldades em alinhar os objetivos de seus colaboradores, a estratégia e as metas fixadas pela alta direção?

Evolução e conjunto: velocidade, forma, animação, movimentação, compactação e uniformidade são critérios avaliados pelos jurados. Eventuais buracos nas alas ou alterações bruscas na velocidade do desfile são passives de penalização. Imagine agora integrantes desentrosados, desconfiados e desmotivados. Certamente a visão de conjunto e a evolução ficariam bastante comprometidas. Empresas com clima organizacional ruim e líderes que não inspiram, dificilmente podem esperar equipes de alto desempenho, animadas, uniformes e motivadas.

Mestre-sala e porta-bandeira: graciosidade, fantasia e bailado são critérios para o casal que literalmente carrega o estandarte da escola. Comprometidos, em geral nasceram, cresceram e irão permanecer na comunidade ou agremiação, por ela doando parte de seu tempo e dedicação. Impensável seria aceitar uma proposta para desfilar em outra escola. Executivos e profissionais por sua vez têm seus empregos garantidos enquanto convenientes às empresas. Neste cenário, vendem seu tempo e esforço, porém morrer pelo patrão é coisa do passado.

Bateria: a ala mais empolgante de uma escola de samba, cujo objetivo é acompanhar o canto e conduzir o ritmo do desfile. Vale citar a história do Mestre André criador da "paradinha", movimento no qual a bateria subitamente para de tocar, deixando só o cavaquinho e a voz dos puxadores. Apesar de bem avaliado pela crítica, sua utilização aumenta as chances que o samba "atravesse", podendo a bateria retornar ao ponto errado da letra. Num ano que promete ser tão ou mais enfadonho que 2013, o que sua empresa têm feito para seus funcionários não percam o pique?

 



Os mais ligados aos desfiles talvez tenham sentido falta da comissão de frente, rainha da bateria, ala das baianas e velha guarda, elementos que compõem a intrincada teia de uma escola de samba. Integrá-los e colocá-los na avenida em uma hora de desfile, coordenando mais de duas mil pessoas motivadas, entrosadas e com o mesmo propósito e objetivos, é tarefa que poucos CEOs conseguiriam, considerando o pouco tempo de treino e o fato de que a grande maioria dos integrantes está ali por vontade própria, sem nada receber.

Talvez você não tenha a mesma criatividade de um grande carnavalesco, a energia de um puxador de samba enredo, a graciosidade de um porta-bandeira, nem queira que seus funcionários saiam vestidos de baianas. Porém, comprometimento, doação, motivação e harmonia são quesitos que não fazem mal a nenhuma equipe. Enfim, ainda que não vá para avenida, talvez valha a pena levar algumas de suas lições para o mundo corporativo. Só não queira colocá-las em prática na 4ª feira de cinzas. É "atravessar" na certa.

*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios.
 

Opinião

"Meu esporte é só mudança, só incerteza, a onda nunca é igual, nunca se sabe quando ela vem. Tudo é inesperado. E eu gosto de lidar com isso."

Carlos Burle, surfista.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Como diminuir os conflitos na vida e no trabalho?

por Orlando Oda*

Se não existisse a força de atrito, não haveria movimento. Conseguimos caminhar porque há atrito da sola do pé com o solo. O atrito é resultante do contato entre dois corpos. O relacionamento entre pessoas também é feito de atritos. Os atritos permitem que as pessoas movimentem, vá para frente e cresçam.

Se o atrito for demais, os corpos não conseguem se movimentar. Ficam presos um no outro. Nos relacionamentos pessoais acontece o mesmo. É quando o atrito passa a ser conflito, para de movimentar e crescer. No ambiente corporativo é a causa de crises, brigas, desperdício e queda de produtividade.

Um dos atributos requeridos para ser um bom líder é a capacidade de gerir os atritos. Numa pesquisa realizada no ambiente de trabalho, 75% dos participantes responderam que o desentendimento, o atrito, gera resultados positivos. O restante (25%) diz que geram resultados negativos: estresse, doença, falta no serviço, desmotivação.

Fisicamente o atrito é uma força que atua no sentido contrário e não é visível. O atrito entre pessoas também não é visível, acontece mentalmente. O problema é quando passa a ser visível, perceptível, a insatisfação é manifestada em gestos, brigas, raiva, ódio. É sinal de que o atrito se transformou em conflito. Mas, como evitar que atritos se transformem em conflitos?

Muitos anos atrás li o livro "A cartilha da Vida", de autoria do Dr. Massaharu Taniguchi. Utilizo as lições para gerenciar os atritos para não criar conflitos. Pergunta o autor: "Por que se põe lubrificante nas máquinas?". É para diminuir o atrito entre as peças, para não gastar energia desnecessariamente.

Quanto mais atrito, menor a eficiência das máquinas. A força, a capacidade produtiva do homem é desperdiçada pelos conflitos: ódio, raiva, insatisfação, inveja, desgosto, preocupação. São todas resultantes de atritos mentais excessivos. O que fazer para não ter atrito mental?


Do mesmo modo que as máquinas, basta colocar um pouco de lubrificante na mente. São três os lubrificantes da vida: "óleo gratidão", "óleo alegria" e "óleo amor". E onde podemos comprar estes óleos? Não há necessidade de comprar, nem pagar, está dentro de cada pessoa em grande abundância.

A gratidão tem um significado e uma importância muito maior do que muita gente consegue perceber. Lembrar e agradecer uma pessoa ou um acontecimento leva a reviver os momentos felizes. Só isto basta para tornar o dia mais alegre, ver que há calor humano nos relacionamentos e muitos momentos bons e felizes na vida.

Existem pessoas que embora inteligentes e talentosas não são bem sucedidas. A causa disso está na falta de alegria. Por ser inteligente e talentosa a pessoa consegue ver "defeitos" demais nos outros. Ficam críticos, gerando atritos que se transformam em conflitos permanentes. Passa a enxergar o mundo sombrio, sem alegria.

O melhor óleo para amaciar o coração, facilitar os contatos pessoais e profissionais chama-se "óleo amor". Quando lubrificamos o trabalho com este óleo, todos os conflitos desaparecem. Conseguimos equilibrar as nossas diferenças no nível de atrito. O relacionamento bem equilibrado resulta em "eu ganho, você ganha, nós ganhamos".

Quando trabalhamos ou estudamos com alegria, com gratidão, com vontade de ajudar o próximo, não sentimos cansaço, ficamos mais fortes e sadios. Uma mãe que ama o filho levanta-se altas horas da noite fria, esquenta o leite, cuida do bebê, dorme pouco e não sente que esse trabalho é penoso. É assim que devemos nos comportar diante da vida e do trabalho.

 *Administrador de empresas, mestre em administração financeira e presidente do Grupo AfixCode.

SITE: www.afixcode.com.br 
 

Opinião

"Nenhuma outra forma de interação entre marca e cliente possibilita uma experiência tão positiva e duradoura. Advergames são a única ferramenta massiva que possibilita ao consumidor sentir exatamente aquilo que a empresa deseja."

Vinicius Rosignoli, empresário e sócio-fundador da Firasoft.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"And the Oscar goes to"... Criatividade e Tecnologia!

por Rodrigo Assaf*

Todo ano, o Oscar leva ao mundo o que a indústria cinematográfica produz de melhor. Claro que, Hollywood é um importante parâmetro para o cinema mundial. Afinal, os grandes estúdios sabem o que "vende", repetem padrões e apostam em produções que trazem em si a fórmula do sucesso. Neste contexto, vale um bom roteiro, atores de primeira e efeitos inovadores, com uma pitada de competência e tecnologia pra colocar tudo rodando em sintonia, principalmente com um custo interessante para o estúdio e investidores.

A inovação tecnológica passou a ser um fator fundamental no contexto da criação de diversos filmes e caminha quase que à velocidade da luz. Basta ver os remakes de filmes que viraram ícones nas décadas de 80/90 e, cujas refilmagens, deixam seus antecessores com aparência de ultrapassado, pelo menos em termos de efeitos especiais. King Kong, Superman e Planeta dos Macacos são bons exemplos. Mesmo a animação 3D tem reinventado clássicos, como Scrooge e Tarzan. 

Toda essa evolução da computação gráfica e a tecnologia de animação trouxe uma nova realidade em efeitos especiais que merecem um Oscar à parte. Aliás, a opinião não é só minha​. Neste ano​, o software ​Mudbox​, que possibilita que os desenvolvedores utilizem recursos poderosos de design que avançam a arte de escultura digital e pintura digital para produção de filmes, contribuiu para que seus desenvolvedores fossem um dos vencedores do Oscar das áreas Técnica e Científica do evento anual da Academia de Artes e Ciências de Animação Cinematográfica.

A tecnologia é agregadora e facilita a entrada de países que antes não se arriscavam em investir seriamente em uma animação 3D, por exemplo. A universalização do sucesso de Hollywood passa pela mão de softwares que possibilitam que produções brasileiras tenham qualidade, design gráfico e efeitos tão incríveis como os produzidos nos Estados Unidos. E o Brasil já ​possui importantes e diversos​ filmes publicitários, seriados e novelas que utilizaram a mesma tecnologia referência.

O mais interessante é saber que estes softwares utilizados para construir cenários e projetar cidades virtuais e imaginárias na sétima arte são os mesmos que engenheiros e arquitetos usam para visualizar a construção de pontes, estradas e toda a infraestrutura urbana no Brasil. Em tempos em que as atenções estão voltadas para a premiação do Oscar, é importante refletir que, muito além do enredo, a concepção e o sucesso, uma produção cinematográfica está - de alguma forma - ligada às indústrias da engenharia, design, broadcast e publicidade.

Outro método que foi muito utilizado por filmes de animação 3D é o escaneamento a laser de personagens modelados em argila com o intuito de não perder a criatividade artística de designers de personagens que utilizam métodos de criação não digitais. Atualmente, a captura desta realidade é possível também com o uso de fotos.

A publicidade brasileira adotou intensivamente o uso de tecnologia dos filmes de Hollywood. Desde a criação de mascotes em três dimensões que ganharam vida nas propagandas como o uso de software de edição, finalização para efeitos especiais, correção de cores e edição. Diversas produções publicitárias usam motion capture (tecnologia de captura de movimento real aplicado em um personagem 3D) para dar realismo aos personagens e técnicas de animação e render de última geração para ter destaque num mercado tão competitivo como o da publicidade.

Sabemos que o sucesso depende da criatividade e talento de cada profissional envolvido na concepção de qualquer que seja o projeto que utilize esses softwares de ponta. Mas ​o avanço da tecnologia contribui. E a evolução é a "toque de caixa". A tecnologia de hoje, pode possivelmente estar obsoleta amanhã. E quem trabalha intensamente para tornar isso possível, sabe muito bem quem é o grande vencedor do Oscar 2014: a inovação tecnológica!

*Especialista técnico da área de mídia e entretenimento da Autodesk Brasil. 

Opinião

"A internet e as redes sociais serão cada vez mais o tecido que permeia nossas vidas. (...) O conceito de rede social é maior do que o próprio Facebook, faz parte da natureza humana, e o FB tentará cada vez mais criar ferramentas que atendam as pessoas em seu dia a dia."

Conrado Adolpho, especialista em marketing digital.

Comunicação organizacional como diferencial estratégico

por Juliana Mantelli*

A comunicação, pura e simples, é um fato em qualquer contexto organizacional. Nenhuma empresa, sendo pequena, média ou grande, privada ou pública, sobrevive sem uma prática comunicativa, ainda que os processos não sejam parte da política da instituição. Sendo assim, a comunicação pode ser entendida como um pilar fundamental que dá forma à organização, fazendo-a ser aquilo que realmente é.

Com o avanço tecnológico e a velocidade com que as mudanças econômicas, políticas e sociais acontecem, as organizações são sempre desafiadas quanto às suas estratégias de gestão, cultura e valores. Fica cada vez mais difícil manter uma competitividade elevada e acompanhar a concorrência.

Olhando para dentro das empresas, vemos como as relações com os colaboradores e os modelos administrativos a cada dia precisam ser repensados. Atualmente, o grande desafio dos comitês de gestão está na busca por novos rumos na forma de interações com equipes, fugindo do estilo vertical e impositivo e buscando novas formas de ação, que são permeadas pela valorização do trabalho em equipe e pela autonomia de todos os envolvidos. 


Em qualquer contexto analisado, tanto interno quanto externo às organizações, quando existe o interesse de formar uma cultura baseada em valores chave e projetar uma boa imagem organizacional ao mercado, os processos de comunicação não devem ser entendidos como ações pontuais trabalhadas em busca de objetivos específicos, mas sim como parte essencial de uma construção estratégica do negócio e identidade empresarial.

A cada momento, fica claro que a comunicação é chave e contribui de forma significativa para incentivar relações mais participativas e mais flexíveis, proporcionando uma via de mão dupla propícia ao equilíbrio de vontades e necessidades, entre colaborador e empresa. A comunicação organizacional precisa ser analisada de forma integral, sendo considerada um elemento fundamental para criação e manutenção da cultura, além de ser base para todos os processos de uma organização.

Ao assumir a comunicação como parte estratégica do negócio, as organizações passam a enxergar as relações com seus públicos de forma diferente. Entender a importância e sua influência sobre cada um de seus stakeholders é reconhecer diversas ramificações, formas de relacionamento e maneiras de trabalho dentro de um mesmo teto.

A SOU, empresa focada em desenvolvimento de pessoas, entra no seu quinto ano de vida e assume uma postura onde a comunicação organizacional tem sido base para a maior parte da tomada de decisões. Com o crescimento do quadro de colaboradores, aumento da carteira de clientes e fluxo de trabalho, o amadurecimento se tornou inevitável. De forma muito transparente e organizada, a empresa passou a trabalhar seus valores, reconhecendo assim a qualidade de seus profissionais como sendo os grandes responsáveis pela decolagem da empresa.

Portanto, vemos que restringir a comunicação como ação interna e pontual nas empresas pode ser considerado um grande erro - já que ao utilizar as ferramentas disponíveis, sejam voltadas ao público interno ou externo, ajuda e muito as organizações a alcançarem bons resultados. Além disso, o esforço para construção de uma boa imagem institucional é fundamental, visto que uma imagem forte e saudável perante todos os públicos é pilar essencial para o sucesso de um negócio.

*Relações públicas e analista de negócios da SOU Educação Corporativa.

SITE: www.sou.com.br

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Opinion

"If you want to change something in your life, the way to do so is to create a new habit.  (...) Decide what it is you want to change, work out what you need to do that is different in order to effect that change, then establish it as a habit."

Graham Dragon, personal development & success system researcher.

Opinião

"O excesso de radicais livres pode ser combatido através de alimentos que possuem ação antioxidante. Sendo assim, alimentos industrializados, ricos em conservantes e corantes, precisam ser evitados, pois possuem substâncias nocivas para o bom funcionamento do organismo. (...) O ácido graxo, por exemplo, coopera na formação e manutenção do sistema nervoso. Já as vitaminas do complexo B não podem faltar na dieta, pois atuam regulando a transmissão de informações entre os neurônios e combatem o processo inflamatório das células."

Ana Huggler, nutricionista.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Opinião

"Encontro poucas opções no quesito moda plus size jovem. Atualmente, muitas empresas têm investido no ramo, mas infelizmente a maioria peca no corte, no tipo de tecido, na estampa, na modelagem, algumas no preço... parece roupa de vovó!"

Camila Cura, blogueira.

10 coisas que você precisa saber antes de comprar uma franquia

por José Carlos Fugice Jr.*

Quem nunca teve o sonho de ter seu próprio negócio? Cerca de 40% dos brasileiros tem vontade de abrir uma empresa. Para os que já passaram da fase de sonhar, existem inúmeras decisões importantes antes de dar o ponta pé inicial. Certamente uma das ideias que ocorre é se é melhor investir num negócio novo ou comprar uma franquia. Se a opção for o sistema de franchising, veja as 10 coisas que você precisa considerar antes de fechar um contrato:

1. COF é a regra do jogo: A lei de franquias n. 8.955/94 estabelece que todos os franqueadores elaborem uma Circular de Oferta de Franquias (COF) para que os interessados em adquirir a marca possam decidir se vão ou não investir no negócio. A COF é a regra do jogo. Este instrumento jurídico possui todas as obrigações e deveres de cada parte, bem como demais regras que envolvam o dia a dia da operação. Leia atentamente este documento, pois uma vez que o contrato seja assinado, você não poderá alegar que desconhecia ou não concordava com alguma de suas clausulas.

2. Diferentes perfis de franquias: Existem diferentes tipos de franquias no mercado. É importante ter ciência de qual delas mais se encaixa com o seu perfil e com os seus objetivos pessoais e profissionais. É importante saber quais são as exigências que a franqueadora possui quanto à dedicação ao negócio. Pode ser somente um franqueado investidor? Precisa ter algum conhecimento técnico ou de mercado para operar o negócio? Pode ter outras atividades em paralelo? Pode ter outras lojas franqueadas no futuro? As respostas destes questionamentos lhe ajudarão a tomar a melhor decisão com base nas suas expectativas desta nova fase de sua vida.

3. Investimento real: Preste atenção nos números de investimento inicial apresentados. A grande maioria das franquias colocam uma faixa de investimento devido as variações que podem ocorrer em virtude da localização, tipo e estado do imóvel, formato do modelo de negócio, dentre outras variações. Esteja preparado para o pior e tenha uma reserva maior do que o exigido pelas empresas franqueadoras. Desta forma, caso tenha alguma surpresa durante a implantação da sua franquia, você estará preparado para arcar com todos os custos. Começar a operação devendo dinheiro, seja para a família, amigos ou instituições bancárias, certamente não será agradável.
 
 
4. Consumir versus trabalhar no negócio: É óbvio dizer que é preciso ter afinidade com o produto e a marca para se abrir uma franquia. Entretanto, o fato de você ser um consumidor assíduo e fiel, não significa que será um franqueado de sucesso gerenciando este negócio. Recomendo que você colete informações de como é trabalhar neste segmento. Será preciso trabalhar aos finais de semana e feriados? Qual é o horário de funcionamento da loja? Precisa estar presente em que momentos? O que é preciso fazer para se ter sucesso neste segmento? Está disposto a cumprir todos estes requisitos?

5. Retorno esperado: Muitas empresas apresentam um retorno do investimento padrão, deixando claro que pode variar de acordo com a localização e dedicação do franqueado. É preciso fazer uma análise minuciosa com os números apresentados, pois algumas vezes não fazem muito sentido. Faturamento superestimado, despesas e custos subestimadas e um investimento inicial irreal, podem apresentar números maravilhosos, que dificilmente se tornarão realidade. Converse com os franqueados atuais e verifique o quão consistente são as premissas utilizadas no modelo financeiro. Não negligencie esta fase e lembre-se que a decisão precisa ser feita racionalmente e não de forma emocional. Afinal de contas, você não está comprando um sapato, e sim, um negócio que pode durar para a vida inteira.

6. Sucesso = suor: Se você quer abrir uma franquia para trabalhar menos, desista da ideia. Grande parte do sucesso de seu novo empreendimento virá de seu esforço e dedicação. Em muitos casos, há um aumento significativo de trabalho pois no início, o negócio exigirá que você seja mais participativo e multifuncional. Além disso, saiba que a gestão da franquia é sua responsabilidade. O franqueador não tem uma equipe que irá substituir um funcionário que falte ou que esteja de férias. Arregace as mangas e mãos à obra!

7. As promessas são cumpridas: Converse com os franqueados atuais para saber se as promessas feitas durante a venda da franquia são cumpridas depois. Os franqueados já passaram pela mesma situação que você e a maioria deles terá o maior prazer em lhe ajudar. Diante disso, pode ter certeza que se o franqueador pisou ou pisa na bola, você ficará sabendo.

8. Capacidade de abastecimento e tempo de entrega: Tenha certeza que o franqueador e/ou seus fornecedores homologados tenham capacidade de abastecimento. É comum ver alguns casos em que o franqueado fica sem os produtos para vender bem na época de maior demanda. Tenha certeza que não faltará ovos de páscoa na páscoa! Outro ponto é com relação ao tempo de entrega. Avalie quanto tempo a fábrica leva para lhe entregar os produtos. Esta informação é vital para definir o tamanho do seu estoque, bem como os prazos limites que você deve fazer os pedidos de compras, de forma a não faltar os produtos para os seus clientes.

9. Nível de envolvimento da rede na tomada de decisão: Tente identificar se o franqueador envolve a rede franqueada nas decisões estratégicas da empresa. O ideal é que a franqueadora tenha momentos formais que envolvam os franqueados, pois eles que estão na linha de frente do negócio e podem identificar novas necessidades ou oportunidades de melhorias. Algumas redes de franquias já realizam ações para envolver os franqueados nas decisões através de comitês, convenções e reuniões diversas. Via de regra, franqueadores que acham que sabem tudo, podem ser um problema, pois dificilmente eles irão atender as suas demandas caso não tenham vivenciado algo semelhante. Definitivamente, envolver a rede é importante pois é o canal de entrada de informações para que a empresa possa crescer cada vez mais.

10. Territorialidade: A maioria dos contratos de franquia possuem uma clausula de territorialidade, em que prevê quais são as regras de territorialidade para o franqueado. Há três opções: sem território definido, com exclusividade territorial e com preferência territorial. Sem território definido é quando o franqueado não tem direito ou garantia alguma quanto ao território que irá atuar. Por um lado é ruim pois não se tem uma segurança, mas por outro, permite o franqueado ter maior liberdade a desbravar outros mercados. Exclusividade territorial é quando o franqueado possui exclusividade sobre um determinado espaço definido. Em outras palavras, durante a vigência do contrato, somente o franqueado poderá explorar o mercado de sua região. Já a preferência territorial é quando o franqueado possui um território determinado, mas tem preferência sobre este espaço em uma futura expansão. Caso o franqueador identifique que há potencial para abrir novas unidades, o franqueado da região terá preferência, mas se não quiser exercê-la, o franqueador poderá colocar outro franqueado no mesmo território.

A escolha por uma rede de franquias precisa ser feita com base em preencher os apontamentos acima. Em alguns momentos será preciso que o potencial franqueado abra mão de algumas coisas. Porém, ignorar alguns fatores e readequar o sonho para caber dentro dos modelos disponíveis no mercado pode acabar fazendo com que tudo se transforme num grande pesadelo.

*Administrador de empresas, especializado em franquias e varejo, com MBA em administração de empresas. É sócio-fundador da GoAkira Consultoria Empresarial.

SITE: www.goakira.com.br  
 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


O otimismo do consumidor brasileiro e os novos rumos do varejo

por Marcelo Murin*

Semana passada foi divulgada uma pesquisa anual sobre o comportamento do consumidor de nove países emergentes, conduzida pelo Credit Suisse e pela Nielsen. Nela aponta-se o consumidor brasileiro como o mais otimista dentre os países pesquisados.


O percentual de consumidores brasileiros que espera uma melhora em sua situação financeira nos próximos seis meses é de 58%. Apesar de ser o mais alto entre os países emergentes, vem apresentando sinais de queda, pois este percentual já foi de 63% no ano passado.

Essa redução de curto prazo no otimismo pode ser resultado da expectativa de crescimento inflacionário (10% para 40%) dos pesquisados, e tem impacto direto no comportamento do consumidor brasileiro. Ainda segundo a pesquisa, a expectativa de gasto não essencial continua alta, mas parou de crescer. Os brasileiros estão agora mais focados no consumo de itens cotidianos, como roupas, do que de coisas maiores, como casa e carro.

Desta forma, podemos concluir que o consumo está sendo direcionado para bens não duráveis e de alto giro, o que pode ser muito bom para um determinado segmento do varejo brasileiro, e para tanto é importante estar muito bem preparado para este momento.
 
Claro que com a estabilidade econômica no país, e com a inserção de uma enorme parcela de pessoas no consumo nas últimas décadas, o comportamento do consumidor vem mudando sensivelmente, uma vez também que um maior número de pessoas passou a ter acesso a produtos e serviços que não tinham no passado. Esse consumo foi fortemente impactado de forma positiva como bens móveis e imóveis, duráveis e não duráveis, serviços, viagens, assim como tantos outros segmentos.

De acordo com a pesquisa mencionada, estamos entrando em um momento de maior incerteza em relação a perspectiva econômica, e consequentemente o consumidor deixa de fazer compromissos de prazo mais longo, focando suas compras em produtos de necessidades primárias e secundárias.

Se pensarmos nas necessidades da pirâmide de Maslow, onde as pessoas buscam primeiramente satisfazer suas necessidades primárias e depois as de status e de auto-realização, podemos dizer que o consumidor está descendo alguns degraus em sua pirâmide de consumo. Obviamente que ainda assim buscará satisfazer suas pequenas indulgências, e isso é extremamente positivo para os segmentos de varejo que trabalham com categorias que atendem a satisfação de produtos de alto giro que supram a estas necessidades.

A tendência então é de termos o consumo mais concentrado nos segmentos de vestuário, cosméticos, alimentos, bebidas e serviços também como entretenimento, viagens, e alguns outros. Sem dúvida alguma que isso não é uma regra absoluta, e sim uma tendência baseada em dados resultantes da pesquisa realizada pelo Credit Suisse e Nielsen, sobre os consumidores emergentes de nove países.

Mas como sabemos, a situação socioeconômica de nosso país, juntando as duas informações pode nos dar uma boa ideia de onde e como atuar junto ao varejo nos próximos meses. Acredito que vale a pena ficar atento!

*Administrador de empresas, com especialização em marketing, e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto.

SITE: www.sollopdv.com.br
 

Opinião

"Eu mudo como artista da hora que acordo até quando vou me deitar, não me deixo caber em uma forma. (...) Não acredito em 'zona de conforto' e nem na mesma 'receita de bolo'. Acho que tem que procurar a diferença, o novo sabor, sempre."

Ana Carolina, cantora.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Benefícios fiscais trarão mais verde e qualidade de vida para as cidades brasileiras

por Renan Guimarães*
 
O Brasil tem vivido intensas ondas de calor. A sensação térmica chegou a 40ºC em vários municípios. No Rio de Janeiro, ultrapassou os 46ºC. Janeiro de 2014 foi o mais quente já registrado pelo Inmet na capital paulista, desde o início das medições realizadas no Mirante de Santana, em 1943. Curitiba tem recorde de alta temperatura, e Porto Alegre chegou a estar entre as cidades mais quentes do mundo, entre outros exemplos.

As pessoas sofrem com a baixa umidade do ar. A justificativa pode estar nas mudanças climáticas ou em algum processo natural com o qual não estamos acostumados, mas nada muda o fato do que intensifica esse calor: a ausência de verde nos centros urbanos cobertos de asfalto e concreto.

Telhados verdes e jardins verticais, por exemplo, melhoram o conforto térmico de qualquer ambiente. Espalhados pelas cidades, envolvendo edifícios em grandes avenidas, casas e lojas, trariam benefícios incontáveis, principalmente no verão. Casas e prédios usariam menos o ar condicionado, e as pessoas não enfrentariam tantos problemas respiratórios. Problemas com enchentes seriam atenuados, já que a água da chuva pode ser captada pelos ecotelhados. Sistemas com reservas de água e que reutilizem a água pluvial e de esgoto seriam os mais adequados em regiões secas e castigadas por altas temperaturas.

A necessidade de mais infraestrutura verde urbana é pauta em muitas cidades brasileiras. Já existe o reconhecimento de que precisamos modificar a forma com que estruturamos as nossas cidades e que é fundamental trazer a natureza de volta. Discute-se, inclusive, formas de beneficiar àqueles que adotarem práticas de infraestrutura verde, como telhados e paredes verdes, uso de energias renováveis, arborização, agricultura e apicultura urbana, tratamento e reaproveitamento de águas pluviais e até mesmo cloacais. No entanto, cada cidade tem sua própria normatização a respeito.

Goiânia e Guarulhos têm normas semelhantes que concedem descontos sobre o IPTU dos imóveis daqueles que dotarem seus empreendimentos com técnicas de infraestrutura verde. Por elas, o desconto pode ser de até 20% da alíquota pelo período de cinco exercícios consecutivos, havendo a fiscalização periódica do município para verificar o cumprimento das medidas.


São Bernardo do Campo também tem o seu IPTU Verde, beneficiando as áreas de cobertura vegetal dos imóveis. Outras cidades brasileiras já adotaram o IPTU Verde promovendo técnicas de infraestrutura verde, como São Vicente/SP, ou o colocam entre seus projetos. São Carlos reduz em até 2% o IPTU dos imóveis que tiverem áreas permeáveis vegetadas no seu perímetro, podendo, assim, os telhados verdes serem utilizados para esse fim.

Porto Alegre ainda não possui IPTU Verde, mas existe a possibilidade de substituir com telhado verde parte da área do imóvel que deveria ser livre de edificações, podendo construir mais no terreno. O município do Rio de Janeiro criou o selo Qualiverde que beneficia tais técnicas e quem adquire tem preferência nos processos de licenciamento da obra. Quanto a benefícios fiscais, já foram encaminhados projetos normativos para que os que possuírem o selo possam ser contemplados com benefícios fiscais.

João Pessoa possui lei que, inclusive, obriga à instalação de telhados verdes em determinadas construções, e nela ainda está prevista a criação de incentivos fiscais para esse fim. São Paulo, Curitiba e muitas outras cidades têm projetos semelhantes, apesar de suas imperfeições.

Verifica-se em todo o Brasil o encaminhamento de muitos projetos para serem aprovados que colocam os incentivos como o principal caminho para promover a natureza nos ambientes urbanos. A tendência, assim, é o aumento gradual do número de municípios que oferecem descontos das alíquotas do imposto aos que adotarem as tecnologias de infraestrutura verde nas suas edificações.

Certamente, essas iniciativas trarão mais verde para os centros urbanos e nos ajudarão a enfrentar os próximos períodos de verão com mais qualidade de vida. Afinal, não bastam medidas para combater as mudanças climáticas, precisamos de mais conforto para convivermos com elas.
 
*Especialista em direito ambiental e secretário-executivo da Associação Tecnologia Verde Brasil.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Opinião

"O fato de algumas mulheres não se depilarem não significa que tenham menos higiene. Desde que façam higienização regularmente com sabonetes comuns ou específicos para esta região."

Luciana Abbade, dermatologista.

Quem é você e com quem quer se relacionar?

por Margareth Signorelli*

Percebo que muitos coaches e orientadores de relacionamento sugerem que se faça uma lista das características da pessoa com quem queremos nos relacionar.

Vou mais longe e pergunto: Quem é você? Normalmente as pessoas dizem suas profissões quando alguém as questiona: sou advogado, coach, médica. Não somos nossa profissão, sobrenome ou interesses. Somos nossos Valores.

Os valores que adquirimos no percurso da vida é que nos fazem quem somos hoje e quem seremos amanhã. Um médico pode ser um tratador, um estudioso, um pesquisador. Um coach pode ser um cuidador, um entusiasta, um incentivador. Um advogado por ser um justo, um defensor.

Vamos fazer uma lista mais profunda de quem você é e com quem quer se relacionar.

Prática:

- Use a lista de valores abaixo com algumas sugestões ou defina os seus próprios. Escolha os 15 que definem você hoje e indique os 5 mais importantes neste momento da sua vida:
 
apreciação servir estética contribuição excelência romance motivar influenciar ajudar ensinar construir honestidade crescimento espiritualidade ter poder entusiasmo criar integridade alegria beleza elegância compaixão aprender descobrir sentir guiar persuadir vencer nutrir observar atrair educar conquistar preparar desafios viver o presente paz

- Pegue uma folha de papel. De um lado, coloque seus 5 maiores valores e do outro os 5 valores (não características) mais importantes que você gostaria que a pessoa com quem você quer se relacionar tivesse. Coloque estrategicamente em um local que possa visualizar esta lista e rever o que espera de alguém. Pode mudar e repensar.

Isto facilitará muito quando conhecer alguém novo ou estiver começando a se relacionar. Você poderá observar se esta pessoa vai contra ou a favor desses valores que são tão importantes para você. Poupará seu tempo e energia. Imagine se um deles for "integridade" e você percebe que a pessoa faz dívidas, não se importa com as consequências e nem mesmo com as pessoas que está prejudicando?

O que fará a base sólida do seu relacionamento serão os valores com os quais ele será construído.

Muitas pessoas reclamam de seus relacionamentos e dizem: "Mas não temos os mesmos interesses, então, nosso relacionamento não pode dar certo". Saiba que os interesses podem ser diferentes, mas ancorados nos mesmos valores. O que importa são os valores.

Entendendo melhor quem você é, de acordo com a sua essência, o ajudará a fazer a lista de características da pessoa com quem pretende se relacionar baseada no mesmo princípio, e não mais na superficialidade.

Seguindo estes princípios, você perceberá que olhos azuis e 1,80m serão menos importantes do que honestidade, sensibilidade, companheirismo e muitos outros valores que, somados aos seus, comporão o relacionamento dos seus sonhos.

*Coach de Relacionamento e terapeuta EFT (Emotional Freedom Techniques).

SITE: www.conexaocoach.com.br

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Opinião

"O ideal é que a foto seja tirada no início da manhã ou no final da tarde, deixando a foto mais poética. Apesar da luz do sol não estar tão forte, não é necessário utilizar o flash, porque ele acaba tirando o aspecto natural da foto. (…) É importante que as pessoas não tenham medo de usar a máquina compacta, mas devem se preocupar e pensar no seu olhar. O mais importante é ousar, praticar, olhar mais e disparar menos, para realmente fotografar uma cena que valha a pena."

Sílvia Nonata, fotógrafa e coordenadora do Instituto Revelare.

 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Varejo: sua equipe faz a diferença?

por Marcelo Murin*

Sim, as pessoas ainda fazem a diferença. Vivemos uma era de tecnologia avançada, de grande velocidade nas informações, de crescimento nas compras virtuais, de busca incessante por inovações, e muito mais. No entanto quando se trata de varejo, a qualidade da equipe é de extrema importância, pois o contato direto com o shopper reflete toda a imagem que ficará armazenada em sua memória, tanto da loja como também muitas vezes da marca pela qual este shopper foi à procura no varejo.

Nos dias de hoje, me arrisco a dizer que vivemos uma crise de qualificação de mão de obra, pois como a oferta de emprego tem aumentado e o nível educacional não tem crescido na mesma proporção, existe uma grande quantidade de profissionais que atuam no varejo que chegam sem preparação adequada para atender ao público.

 
Sendo assim, passa a ser também papel do varejo capacitar sua mão de obra para gerar diferenciação diante a sua concorrência. Quando falo em capacitação de uma equipe de vendas ou merchandising no varejo, me refiro basicamente a três tópicos:

Treinamento: desenvolver e aplicar programas onde se possa explorar tanto questões técnicas como comportamentais da atuação de vendas. Além disso, deve-se também detalhar características dos produtos e categorias vendidas na loja em questão, em conjunto com a indústria.

Avaliação de desempenho: implementar um processo formal de acompanhamento do desempenho da equipe por meio de avaliações periódicas podendo ser realizadas pelo superior hierárquico, pares e até mesmo por um grupo aleatório de clientes.

Plano de desenvolvimento: desenvolver conjuntamente com o processo de avaliação de desempenho, que também deve estar atrelado ao programa de treinamentos, buscando sempre preencher os espaços de oportunidade do indivíduo por meio do processo de capacitação como um todo.

Estes três tópicos devem sempre andar em paralelo, pois se trabalhados em conjunto garantem sustentação do trabalho de capacitação, gerando motivação e mostrando resultados de médio e longo prazo no planejamento da carreira da equipe. E desta forma os resultados serão evidentes para o varejo.

Além deste trabalho perene de longo prazo, também é importante realizar atividades de curto prazo, como campanhas de incentivo – muitas vezes atrelado a determinadas marcas – de curta duração.

Isso faz com que a equipe fique focada no produto em questão, buscando conhecer detalhadamente sobre o mesmo, e com o passar do tempo com o acúmulo de campanhas, a equipe irá absorvendo conhecimento de várias marcas e produtos, o que sem dúvida alguma a capacita cada vez mais.

Técnicas de atendimento, de vendas, de negociação, de como entender seu cliente, entre outras, também são importantíssimas e devem ser fortalecidas junto a equipe do varejo. Devemos ter em mente também o público da loja varejista ao qual estamos nos direcionando para planejar a abordagem. Isso é fundamental para falarmos de forma assertiva com o shopper correto.

Outro exemplo pode ser o treinamento formal em sala de aula, que é muito complicado de se aplicar para uma equipe de varejo, pois como tirar o grupo da loja? Claro que apesar de difícil é possível fazê-lo, no entanto já existem outras forma de aplicação de capacitação, tais como:

- Via internet

- Acompanhamento na loja (coach)

- Por meio de mentor, e outros

Portanto, é uma questão de organização e planejamento para executar um plano de capacitação de sua equipe bem estruturado. Pense nisso e comece já. Gerar fidelização com seus clientes começa no bom atendimento de sua equipe.

 *Administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Do que o e-learning é capaz?

por Felipe Cabral*

Há algum tempo tive a oportunidade de ler Além do e-Learning, um livro do Ph.D Marc Rosenberg. Sinceramente? Desde o início da minha carreira na área, já vi muitos profissionais que são "vendidos" como os "gurus" do e-learning (coisa de americano, não é mesmo?). Alguns deles, inclusive, acompanhei em congressos por mais de uma vez e não vi nada demais naquilo que diziam, muitos, inclusive, falavam a mesma coisa por diversas vezes, apenas mudando a metáfora de sua palestra.

Porém, conhecendo Rosenberg, percebi uma riqueza e clareza muito grande naquilo que ele pensava em meados de 2008, na época em que o livro foi lançado. Um dos temas explorado por ele me inspirou a trazer uma provocação: "Do que o e-learning é capaz?". Essa é uma pergunta que pode trazer as mais variadas respostas e interpretações, daí a riqueza da discussão que quero propor. Pois bem, para nos ajudar a refletir sobre esse assunto, a seguir, trarei um pouco do que Rosenberg diz e também trouxe o meu posicionamento sobre o tema.


Rosenberg defende o e-learning como uma ferramenta que vai muito além de uma forma de capacitar os colaboradores de uma organização. Trata-se de uma solução com potencial de interferir diretamente na estratégia da companhia. Ele conta que, geralmente, uma organização passa por três fases ao implantar o e-learning em seu negócio. São elas:

Precisamos ter e-learning - No primeiro momento as organizações simplesmente se convencem da necessidade de ter cursos online para oferecer para os seus funcionários e ponto final. Nessa fase, o e-learning se resume a isso. Em minha opinião, essa é uma etapa onde podem ocorrer muitos erros, pois, na sede de construir um amplo repositório de cursos online, as empresas podem acabar comprando "gato por lebre" e colocando a disposição de seus funcionários cursos que, não necessariamente, contribuirão para a visão estratégica que a organização deseja alcançar.

Devemos ter sucesso no e-learning - Após passar pela primeira fase, as organizações passam a perceber a necessidade de avaliar se os cursos online oferecidos aos seus funcionários realmente estão atingindo o sucesso esperado. É nesse momento que o indicador quantidade sai de cena, sendo substituído pelo indicador qualidade. Nessa fase as empresas passam a fazer um verdadeiro trabalho de investigação e experimentação, com o intuito de avaliar as melhores estratégias de cursos e programas de capacitação oferecidos via digital. Acredito que essa é uma fase muito rica, é a hora que as empresas realmente começam a se dar conta do valor agregado que o e-learning pode trazer ao seu negócio, porém, nesse momento, na maioria das vezes, as organizações ainda não se deram conta que o sucesso do e-learning representa muito mais do que um curso perfeitamente pedagógico, motivacional, interativo e desafiador. O e-learning transcende essas fronteiras!

Devemos suportar o ensino no trabalho e a performance ao longo da organização - A terceira fase descrita por Marc Rosenberg representa o amadurecimento que todos nós, entusiastas do e-learning, esperamos que as organizações que trabalhamos - ou até mesmo atendemos no papel de fornecedor - alcance. É nessa etapa que as companhias se dão conta que o e-learning é muito mais do que uma ferramenta que disponibiliza objetos de aprendizagem online. Nesse momento, começa a "cair a ficha" de que as soluções de e-learning devem ser mais abrangentes, possibilitando e incentivando o compartilhamento de conhecimento, a colaboração e a melhoria contínua, tudo isso focado na visão estratégica da organização. Na minha modesta opinião, isso apenas comprova que o e-learning será muito mais eficaz se fizer parte de um projeto bem fundamentado de Gestão Estratégica do Conhecimento, onde, o principio básico é que todos na organização, principalmente o dono, acredite que o conhecimento é o seu principal insumo de transformação para alcançar a visão estratégica da sua organização.

Podemos perceber que na maioria esmagadora das vezes, nós do mercado de e-learning (digo "nós" por que me incluo totalmente nessa), despejamos todas as nossas energias tentando descobrir as melhores tecnologias de aprendizagem, uma nova ferramenta de autoria, uma maneira diferente de produzir um curso, ou um game interativo e acabamos deixando de lado a visão do todo, ou seja, a contribuição estratégica de que aquilo que estamos produzindo trará de retorno para as organizações.

É importante deixar claro que esta é uma visão minha, totalmente favorável ao que Marc Rosenberg coloca no seu livro sobre a capacidade do e-learning atuar de maneira estratégica na organização, o que não impede você que está lendo de continuar achando que o e-learning deve ser utilizado exclusivamente como ferramenta de disponibilização de cursos e conteúdos online. Pensando nesse panorama, a SOU procura trabalhar com o e-learning o oferecendo de maneira estratégica às organizações. Muitas vezes, nos deparamos com clientes que desejam converter toda a sua grade de cursos para um ambiente e-learning, mas apesar da comercialização de cursos online ser uma das principais frentes de trabalho da empresa, jamais recomendamos essa prática, pois acreditamos no e-learning como parte de uma estratégia mais ampla de educação corporativa, assim como traz Marc Rosenberg, em suas citações. E para você, do que o e-learning é capaz?

*Bacharel em tecnologia em processamento de dados, especialista em gestão estratégia do conhecimento e da inovação e coordenador de projetos da SOU Educação Corporativa.

SITE: www.sou.com.br

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Opinion

"For me, the purpose of education is to develop an individual and not just make him / her industry-ready."

Amrit Dhir, BA in International Studies and MA in Media Culture.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Empreender: quanto vale um sonho?

por Paulo Sérgio de Moraes Sarmento*
 
Em 2013 foram abertas no Brasil 1.840.187 empresas, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Fui pesquisar em outras fontes e descobri que o Brasil possui 12.904.523 empreendimentos, lembrando que faz parte deste montante as filiais que são igualmente obrigadas a terem os seus CNPJs independentes. Deste total, 11,7 milhões são de empresas e empreendimentos privados, ou seja, a maioria, 90%. Os 10% restantes estão divididos em entidades privadas sem fins lucrativos (9%) e as governamentais (1%).
 
As empresas micros e pequenas representam 85% e as de médio e grande porte o restante. São milhões de empresas supostamente em atividade e que a cada ano temos esse número acrescido. Se isso é um dado bom ou ruim, depende do lado do binóculo que olhamos.
 
Outros dados, no entanto, mostram o quanto essas empresas duram e, infelizmente, vemos que a longevidade de um grande número delas é curta:
 
  • 15,41% dos empreendimentos morrem no primeiro ano de vida
  • 41,86% entre um e cinco anos de vida
  • E mais de 75% das que sobrevivem após cinco anos, desaparecem em 14 anos
 
Por que então abrem o tempo todo? Mais de cinco mil por dia? A melhor resposta que encontro é que essas iniciativas fazem parte de um sonho! Um sonho alimentado por pessoas que desejam melhorar de vida, que desejam por em prática uma ideia e que, em última análise, tem a ver com a expectativa de uma realização pessoal.
 
Entretanto, muitos desses sonhos terminam em frustração e em muitos casos gerando danos difíceis de serem reparados. Já vi casos de marido e mulher sócios da mesma empresa simultaneamente terem os seus casamentos desfeitos. Perdas patrimoniais da família, prejuízos a fornecedores, funcionários na justiça e toda uma cascata de problemas. 

Ao nos depararmos com essa realidade de empresas fecharem precocemente, posso afirmar que o motivo predominante que leva uma empresa a parar com as suas atividades é na maioria dos casos há falta de planejamento e preparo necessário para administrar um negócio.
 
Administrar uma empresa exige cada vez mais dos seus gestores pela alta complexidade que se impõe nos tempos atuais. As empresas se deparam com concorrência internacional, extrema burocracia, dificuldades na conjuntura econômica com restrição no crédito, políticas de governo equivocadas elevando juros e impostos que no caso brasileiro são os maiores do mundo, dentre outras situações.
 
E como ficam então os sonhos de realização? Como ficam os desejos que movem as pessoas a construir, deixar legado aos seus descendentes? Esse é um assunto tão sério e tão importante na vida, e o mais comum é vermos que o que deveria ser o principal cuidado é relegado ao segundo plano, ou mesmo a plano nenhum.
 
Se um sonho é tão significante porque se ele fosse concretizado seria capaz de mudar a sua vida e a da sua família para melhor, o lógico seria que essa pessoa cuidasse de um detalhe tão importante, qual seja, o do planejamento do seu sonho e o aprendizado dos seus coadjuvantes!
 
Um fato: a maioria dos empresários entra em uma guerra sem as armas e sem o preparo adequados. Vão à luta de peito aberto desconhecendo suas reais possibilidades de sucesso. Subestimam a arena aonde irão se confrontar. Esquecem que os inimigos são muitos, são fortes e tem até leão à solta!
 
A pressa é inimiga da perfeição. Pula-se a necessária etapa do planejamento achando que lá na frente tudo se resolve. 
 
Para reflexão, tomo aqui a liberdade de citar um pequeno trecho do meu livro Prepare-se! Faça a sua empresa crescer!, publicado recentemente pela MS Business Editora, onde na página 214 escrevo: "...sobre motivação e o processo da mente na busca do sucesso individual... o cérebro é estruturado para nos dotar da capacidade de identificarmos oportunidades em determinados ambientes. 
 
De permitir que sejamos capazes de autoavaliarmos nossas competências e habilidades comparativamente com as outras pessoas, de forma que possamos reconhecer os nossos pontos fortes e fracos. Temos capacidade de focar, de concentrar nossa atenção naquilo que nos interessa, de fazer uma releitura das situações vividas e de usar nossa memória para buscar, no passado, os dados que nos permitam fazer nossas previsões. Para tanto basta olharmos para o futuro."
   
"Ora, essa condição é natural para todos nós, precisando apenas ser desenvolvida para que possamos utilizar melhor nossas capacidades cerebrais a favor dos nossos interesses de sucesso. O mesmo princípio encontrado em nosso cérebro pode ser aplicado na empresa utilizando a estrutura criada para o Planejamento Estratégico. Um processo que começa pela motivação do empresário em querer atingir seus objetivos". Temos que levar mais a sérios os nossos sonhos.
 
*Economista e sócio da VSW Soluções Empresariais.
 
 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014


O varejo conhece seu cliente?

por Marcelo Murin*

Atualmente muito se fala sobre a relevância da "propriedade intelectual", e acredito que podemos também fazer um paralelo com sua importância para o varejo na questão de conhecer ou não seu cliente.

Sim, torna-se parte da "propriedade intelectual" do varejo, todo o conhecimento que ele possa ter ou adquirir de seus clientes, no que se refere a perfil socioeconômico, demográfico, de consumo, interesses, e tantos outros, uma vez que estas informações podem e devem ser utilizadas para estabelecer um relacionamento contínuo e duradouro com os mesmos.

Em um mercado com a concorrência cada dia mais intensa, onde se compete entre categorias diferentes, varejos diferenciados, lojas físicas contra lojas virtuais, e na realidade todos estão buscando sua participação nos bolsos dos consumidores, diria que é de extrema relevância conhecer seu cliente. E por que é importante conhecê-lo?

O processo de vendas não se dá apenas no momento da compra, isso já faz parte do passado. Por isso, torna-se cada dia mais importante trabalharmos fortemente com o que conhecemos de pré-venda e pós-venda. E para tanto, é fundamental conhecer seu cliente e ter uma boa base de informações sobre os mesmos, dessa maneira poder estar sempre em contato oferecendo serviços diferenciados e gerar fidelidade.

Por isso faço uma pergunta: atualmente é possível perceber este trabalhado diferenciado no Brasil? Acredito que estamos caminhando nesta direção, mas ainda bem distantes de alcançarmos resultados positivos no trabalho efetivo da pré-venda e do pós-venda, de uma forma geral.

 
 
Pouquíssimas empresas de varejo realizam ações promocionais, apenas para citar um exemplo de atividade a ser realizada direcionada a um determinado público de seu banco de clientes que tenha interesses específicos, ou até mesmo possa efetivar uma ação em conjunto com um fornecedor para divulgar uma marcar onde seus clientes sejam target.

Perdem-se grandes oportunidades na manutenção do relacionamento. Quantos e quantos clientes não migram de lojas de varejo por não terem recebido a devida atenção, ou simplesmente por desleixo no pós-venda?

Obviamente que a comunicação com o cliente deve ser sempre medida de acordo com o perfil do público que se está falando, mas este é um outro assunto. O importante aqui e que gostaria de deixar claro, é que todos sabem e dizem que seus clientes são a "peça" mais importante da engrenagem de seus negócios, mas aí vem a pergunta: o varejo realmente conhece seu cliente? E se conhece, o que está fazendo para retê-lo?

Investir no conhecimento do seu consumidor e em ações que garantam a perenidade do mesmo junto de sua loja no varejo é garantir a perpetuação de seu negócio. Pense nisso!

*Administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto.

SITE: www.sollopdv.com.br 

Opinião

"O escritor brasileiro, de uma maneira geral, é assassinado pelo silêncio. Se você quiser matar um escritor, não fale dele. (...) O livro é inviável no Brasil. E enquanto não existir uma política de bibliotecas e de livrarias de interesse cultural, a situação não vai mudar."

Victor Alegria, editor e empresário.