quarta-feira, 12 de abril de 2017

Opinião

"Impressionante alavanca do progresso, a imprensa é a poderosa usina geradora e irradiadora dos milhões e milhões de quilowatts da luz maravilhosa do pensamento humano, que vem desfazendo com os milhares de focos que são os jornais, grandes ou pequenos, as trevas da ignorância, principal responsável pelos erros, pelos desatinos, pelas violências, e até pelos crimes que perturbam a vida da humanidade."

José Jayme Ferreira de Vasconcellos, jornalista, advogado e professor da Faculdade de Direito de Mato Grosso.

O que mudou no cenário do consumo dos ovos de Páscoa?

por Leandro Krug Batista*

Nos últimos anos, o comércio de ovos de Páscoa não tem se mostrado tão satisfatório quanto antigamente. Dados do Serasa apontam que, em 2016, a queda nas vendas durante a semana que antecedeu o feriado foi de 9,6%, em relação ao ano anterior (2015), o que correspondeu ao pior desempenho em dez anos.

Ao analisarmos essa queda, não podemos nos prender somente ao problema da atual conjuntura econômica do país, mas é preciso avaliar também os fatores demográficos e culturais. Há dez anos, a pirâmide etária contava com mais jovens e crianças, a grande fatia de consumo no período da Páscoa. Atualmente, a maior parte da população é adulta – os mesmos jovens de dez anos atrás. E a população jovem, uma geração mais preocupada com a saúde, não consome mais a mesma quantidade de chocolate, hábito que se dá devido a aspectos culturais ligados à diminuição do consumo de açúcar.

No entanto, analisando de forma ainda mais pontual, vemos que um grande influenciador do consumo do chocolate na Páscoa pode ser o aspecto qualitativo. Cada vez menos a quantidade é o atributo principal - e outras característica, como inovação no formato, nos sabores, na embalagem e em novos componentes, agregam na procura e chamam a atenção do consumidor. Não é a toa que as grandes fabricantes têm apostado em marcas tradicionais – que são seus carros chefes –, em ovos com caixas de som, e no relançamento de antigos chocolates, “queridinhos” do público que hoje é adulto. Para termos uma ideia, 42,5% das vendas, em valor, dos ovos de Páscoa são acompanhados de brinquedos - o que indica que quem mais movimenta esta data ainda é a criançada (e que nem sempre o chocolate é o fator principal).

Analisando, portanto, o mesmo aspecto qualitativo, a famosa gourmetização chegou também nesse nicho de mercado. Hoje, o crescimento na demanda dos profissionais da área de confeitaria, e até mesmo de autônomos que se aventuram em criações nessa época do ano, é imensa. O que acontece é que esses profissionais acabam aproveitando uma nova onda, apostando na originalidade e fugindo da “massificação” imposta pela indústria dos ovos de páscoa, mordendo, assim, uma parte da fatia de grandes indústrias. A grande verdade é que mesmo com queda nas vendas, maior a cada ano, a tradição de compra e venda dos ovos de Páscoa está longe de desaparecer. Com isso, apenas podemos concluir que a Páscoa deve continuar sendo doce, porém, não tão rentável como antigamente.

*Coordenador do MBA em Gestão do Varejo e Administração de Shopping Center da Universidade Positivo. É consultor de Franchising e Gestão de Redes de Varejo e Mestre em Gestão Estratégica.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Opinião

"É fácil aceitar o que desde criança te ensinaram que é errado. Difícil é, quando adulto, entender que te ensinaram errado o que desde criança você suspeitou que fosse correto. Em outras palavras, se você se enquadra em algum cujos estímulos do meio lhe determinaram certo comportamento, fazendo com que estivesse à mercê de crenças já providas e bem estabelecidas em dogmas e rituais, com uma massa concentrada de pessoas nela; ou permitindo-o ficar no conformismo, aceitando o conceito de felicidade e de sentido da vida embutido pela mídia e pela sociedade, então claramente você faz parte do caminho fácil para a busca da verdade absoluta. Acaso se enquadre na segunda opção, ou seja, aquele que suspeitava de todo conjunto de crenças que lhe foi enraizado, então este tem tudo para ser um investigador da veracidade nas coisas ao seu redor, entrando em um caminho mais complicado, no qual uma minoria se arrisca ou enfrenta com bravura."

Bruno Borges, estudante de psicologia e escritor.