domingo, 30 de setembro de 2012

Eleições municipais: o que as empresas podem aprender com a política?

por Marcos Morita*

As eleições municipais se aproximam e com elas as promessas de campanha de última hora, apregoadas por vereadores e prefeitos. Considerando-se uma média de cinco propostas por candidato e três oponentes por vaga, teríamos algo como 82.500 promessas, arredondando o número de prefeituras para 5.500. Caso alguém se dispusesse a catalogá-las, o que acredito seja pouco produtivo e provável, creio que seguiriam a lei de Pareto ou princípio 80-20, ou seja, 80% das propostas representariam 20% de efetividade, considerando-se um cenário bastante otimista.

Como morador da cidade de São Paulo, tenho acompanhado as propagandas dos partidos, as quais se concentram em jingles de mau gosto, parodiando hits musicais duvidosos e colocando em xeque a competência, experiência e promessas dos adversários, as quais, diga-se de passagem, soam ofensivas até para a inteligência dos menos preparados. Ladainhas como terminar com o trânsito, multiplicar as linhas de metrô, construir trens aéreos, diminuir ou extinguir impostos, reduzir o preço das passagens e acabar com as filas nos hospitais, coincidentemente ou não, estão sempre presentes a cada quatro anos.

Como consultor e especialista em estratégias empresariais, trabalho há tempos com o tema fixação de metas e gestão por resultados, introduzido na década de 50, pelo falecido guru Peter Drucker. A teoria, denominada como APO ou administração por objetivos, tem como premissas: identificar os problemas da organização, fixar prazos, definir responsáveis, alocar recursos e prover treinamento, acompanhando através de indicadores de desempenho as metas previamente acordadas entre superiores e subordinados. Em suma, algo bastante distante e bem mais sério que as metralhadoras de promessas que costumam invadir a telinha neste período.

Apesar da descrença e desânimo com o horário eleitoral e seus candidatos, admiro o trabalho realizado pelo MBC, Movimento Brasil Competitivo, fundado por empresários e liderado por Jorge Gerdau, cuja missão é levar as melhores práticas do setor privado para a esfera pública. O trabalho de consultoria, aplicado a estados tão diversos como Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, utilizam a APO como base, definindo metas, promovendo capacitação, alocando recursos e incentivos salariais aos funcionários públicos para que as possam cumpri-las. Os resultados já são visíveis, através de indicadores tais como redução de homicídios, atendimento de emergências em hospitais e qualidade de ensino.

Como em uma empresa privada, o trabalho de consultoria começa por uma análise criteriosa nas contas contábeis, cortando gastos e aumentando a arrecadação por meio de uma fiscalização mais efetiva com menor evasão de impostos, gerando maiores recursos para investimentos. Para serem efetivos, tais programas devem contar com o comprometimento e envolvimento da alta administração, o que na esfera pública se traduz em cargos executivos e de primeiro escalão: governadores, prefeitos e secretários.

Enfim, é difícil imaginar que com o nível eleitoral presente nas campanhas, assim como nas promessas vazias, haja algum comprometimento mais sério em implantar choques de gestão ou indicadores de desempenho. Quem sabe não fosse hora de um monitoramento mais efetivo, pedindo aos candidatos que apresentassem maneiras concretas de financiá-las e implantá-las, deixando o campo do sonho para a realidade. Aos novos ocupantes das cadeiras de prefeito, monitorar e cobrar as promessas de campanha, invertendo a lei de Pareto. Enfim, o Brasil e os ouvidos dos eleitores só teriam a ganhar com isso.

*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios.

SITE: www.marcosmorita.com.br

CONTATO: professor@marcosmorita.com.br

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cervejas mais populares do mundo (em 2011)



1º Snow: 50,8 milhões de barris

2º Bud Light: 45,4 milhões de barris

3º Budweiser: 38,7 milhões de barris

4º Corona Extra: 30,4 milhões de barris

5º Skol: 29,5 milhões de barris

6º Heineken: 26 milhões de barris

7º Coors Light: 18,2 milhões de barris

8º Miller Light: 18 milhões de barris

9º Brahma: 17,4 milhões de barris

10º Asahi Super Dry: 12,3 milhões de barris


Fonte: Drinks Business


Snow, a cerveja mais popular do mundo (Foto: Reprodução / Internet)


Opinião


"Me defino meio a meio. Fico feliz com as coisas que conquistei e fico feliz com as coisas que construí. Já tenho orgulho do que eu fiz, mas acho que ainda existe uma movimentação para continuar. Porque não parei por aqui. Sou apaixonada pela minha família, pelo meu namorado. Enfim, sou muito orgulhosa pelo que tenho até aqui."

Nathalia Dill, atriz. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Endeavour Work at LAX

The space shuttle Endeavour is seen atop the Over Land Transporter (OLT) in a hanger at Los Angeles International Airport, Monday, Sept. 24, 2012.

Endeavour, built as a replacement for space shuttle Challenger, completed 25 missions, spent 299 days in orbit, and orbited Earth 4,671 times while traveling 122,883,151 miles. Beginning Oct. 30, the shuttle will be on display in the California Science center's Samuel Oschin Space Shuttle Endeavour Display Pavilion, embarking on its new mission to commemorate past achievements in space and educate and inspire future generations of explorers.


Photo Credit: NASA / Bill Ingalls


Opinião

"Os jovens brasileiros continuam amargando níveis históricos de desemprego. A falta de formação profissional adequada e a educação deficiente são os grandes males. Sem o treinamento prático promovido pelo estágio e com a carência de cursos de qualificação e especialização, eles não conseguem espaço no mercado de trabalho."

Luiz Gonzaga Bertelli, diretor da FIESP e presidente-executivo do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

Você é prisioneiro de seus pensamentos?

por Mari Cordeiro*

Todos os dias somos invadidos por pensamentos quando apenas acatamos as vozes internas ou vivemos horas num debate intelectual. Mas o que de fato ocorre em nossa mente? Será que nossos pensamentos estão sempre certos? Temos o domínio sobre nossas ações? Desde pequenos aprendemos que algumas coisas são certas e outras erradas. Nossos pais e depois professores, família, cultura e amigos são tremendamente responsáveis pelo que pensamos hoje.
Quando pensamos se somos inteligentes ou não, se somos boas pessoas ou não, estamos nos relacionando com as crenças que aprendemos com estes “mestres” ao longo dos anos. O cérebro não distingue o certo do errado, o verdadeiro do falso, ele apenas acata aos comandos da mente. Já dizia Henry Ford. “Se você acredita que é capaz ou que é incapaz, não importa, você está certo.” É o que acreditamos que gere nossas ações.

Certa vez me deparei com dois diretores contando como viam uma determinada situação. Ambos a haviam vivenciado, porém seus relatos eram bastante diferentes e um responsabilizava ao outro pelo ocorrido. Exploramos com maior profundidade a situação. A questão é que já havia um relacionamento frágil em decorrência de dificuldades anteriores e visões atrofiadas dos cenários.

Cada um ia selecionando as informações de acordo com o que achava que seria o provável, pelo julgamento que já fazia da pessoa. Como consequência cada um decidia o que havia ocorrido e como deveria agir. Sabe qual foi o resultado disso? Uma tomada de decisão empobrecida e com desdobramentos comprometidos. Mas ao colocar este olhar mais cuidadoso, foi unânime a constatação de que havia muito mais a ser considerado e que certamente os desdobramentos seriam bem melhores.

As crenças mais comuns adotadas giram em torno da injustiça, da não aceitação e necessidade em ser aceito, do pensamento que as coisas na vida precisam ser fáceis, ou que devem acontecer de uma forma específica, de preferência “do meu jeito”. É comum também querer que tudo seja perfeito e aconteça agora mesmo. Naturalmente esse seria talvez o país das maravilhas de Alice. Na vida real as coisas são como são, mas os tons são escolhidos por nós.

Uma das premissas da psicologia é a de que pensamento gera emoção que gera comportamento. A crença é uma repetição de pensamentos. Quanto mais limitante ela for, mas restringe comportamentos produtivos e realizáveis. Isso nos revela o quanto a mente está no comando. Podemos nos deparar com uma situação difícil e escolher ver e interagir com o pior cenário ou preferir o caminho mais tranquilo. Vai depender de nossa escolha.

Pensamentos perturbadores vão existir sempre. São muitas as histórias vividas e significados atribuídos a elas. Mas usando a mente como sua aliada é possível questionar se esse pensamento está explorando todos os cenários possíveis e se você considerou os benefícios, aprendizagens ou o lado bom da situação. Não ignore a possibilidade de o pensamento falhar. Às vezes não é pensando que encontramos a melhor saída, mas sentindo.

Lembra aquela vez que você sem saber por que achou melhor ligar para seu irmão e ele estava aflito precisando desabafar? Ou simplesmente mudou o seu trajeto e evitou um acidente ou uma enchente? Não foi seu pensamento que conseguiu isso, mas sim sua intuição. Ela acessa aspectos nossos que sobrepõem à lógica. Somos muito mais do que uma inteligência lógico-matemática.

Considere a possibilidade de explorar cenários maiores. De descobrir mais facetas do ser humano. De reconhecer que você pode se separar de suas crenças. De renunciar a escolhas e pensamentos improdutivos. E assumir que pode escrever sua história e pintar sua tela com os tons que escolher!

*Consultora da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano.

15ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília


Cerca de 30 mil pessoas participaram, neste domingo (23/09) da 15ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília. Trios elétricos animaram o evento, que teve como tema "Sou LGBT e construo o DF. Exijo cidadania".

Foto: Fábio Eustáquio / TV SBT


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Opinião


"É provável que os casais já tenham várias afinidades. Por isso, quando surgem as diferenças é importante que cada um estabeleça limites de confiança e respeito e que o outro saiba acatar."

Taty Ades,  psicanalista.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Opinião

"Não sou daqueles que planeja comprar flores, fazer um jantarzinho. Não fiz curso de culinária para conquistar uma garota. Se for para conquistar pela boca, que seja com um beijo."

Dudu Azevedo, ator.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Você merece ser feliz!


por Eliane Quintella*

Você lutou com toda sua força, garra e suor. Finalmente, a recompensa chega deliciosa e merecida. Então, você olha ao redor e está cercado, mas não de pessoas querendo parabenizá-lo, e sim, daquelas que exigem que você compartilhe os frutos de sua vitória.

Elas, verdadeiros parasitas, cujo lema de vida é viver de esmolas, acham que é sua obrigação doar aquilo por que tanto batalhou, como se você não merecesse a vitória. A arma dessas pessoas contra você é a obrigação da caridade e da compaixão. Elas merecem, pois não conquistam, não lutam e não correm atrás. Como você ‘venceu’, acham que é egoísmo não compartilhar.

Ocorre que você não tem obrigação de compartilhar nada. Não estou dizendo que não deva compartilhar os frutos de suas vitórias, mas você deve fazer isso se for o que realmente deseja, se a pessoa é merecedora do seu afeto e carinho, e, não, porque você tem uma “obrigação”.

Essa obrigação não existe e jamais existiu. Legitimá-la seria dizer que os grandes vencedores, inovadores, ou seja, quem luta e merece a vitória não tem valor. A não ser o de servir sua vida, seu trabalho, seu suor e tudo que lhe for sagrado em um altar de sacrifício por todo aquele que não luta, nada faz e, portanto, nem merece.

Desconfie, grite toda vez que alguém vier com esse discurso de que “você deve dividir”. Divida, sim, por amor, porque é sua vontade, para quem merece. A verdade, meu amigo, é que os parasitas devem perecer, esse deve ser o destino de todo aquele que pode lutar, mas nunca lutou.

O curioso é que eles dizem que veem justiça nisso. Não caia nessa! A doutrina do sacrifício é injusta por natureza. Não há justiça em ter que dar a alguém que nada fez por merecer tudo aquilo pelo que você tanto lutou. Qual é a justiça disso? Que tipo de igualdade é essa que exige de uns tudo e de outros nada, a não ser a mediocridade? Como você viveria se soubesse que tudo pelo que lutou não lhe seria entregue, nunca? E que seus sonhos, ainda que conquistados, não pudessem ser seus? Teria como ser feliz algum dia?

A justiça está no direito que eu tenho de colher os frutos da minha vitória, assim como o outro também tem. Isso é sagrado para todos nós. Você tem direito a sua felicidade, não deixem que outros a tirem de você. É você o merecedor, ninguém mais.

*Escritora.

Laboratório criativo


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Opinion

“Cultural diversity becomes the ideology of globalization. Nations have more dialogue with each other than is often believed, they fight for soft power and, in so doing, they speak with their neighbors, but also with the Americans. There are intra-regional cultural exchanges on a basis that isn’t strictly tied to blocs of civilizations. Because it’s the world in miniature, because they have become the masters of mainstream entertainment, and because they have made the Internet, the United States will remain the pole of reference and will continue to speak to the entire world [tout le monde – everybody].”

Frédéric Martel, sociologist who worked for several years as a cultural attaché in the United States. He travelled the world to report on the state of mass-media culture, the Americanization of much of the movies, music, and television around the world, and diverse local, regional, national, and international attempts to resist that influence.

[Frédéric Martel, doutor em sociologia, pesquisador, jornalista, professor e apresentador do principal programa de informação da Radio France sobre as indústrias criativas e os meios de comunicação.]

Da feira livre às compras sem sair de casa


por Marcos Morita*

Em meio à explosão do comércio online, aplicativos que comparam preços através de fotos, tecnologias de pagamento via celular, códigos QR e etiquetas de identificação via rádio frequência, surpreendem os resultados do estudo conduzido pela empresa de pesquisa SAX, a qual aponta as feiras livres como os locais que oferecem as experiências de consumo mais satisfatórias.

Segundo os entrevistados, as feiras apresentam atendimento personalizado, são democráticas, tolerantes e pouco burocráticas, além de não apresentarem problemas operacionais. Em épocas de Call Centers e 0800, os velhos bordões: o sistema caiu, está lento ou precisa ser reinicializado mais se parecem desculpas velhas e esfarrapadas. Como era de se esperar, bancos e empresas de telefonia tiveram os piores índices. Basta consultar os rankings dos PROCONS ou sites de reclamações.

Como a grande maioria dos moradores das capitais, assumo que há tempos deixei de frequentá-las, trocando-as por sacolões ou supermercados. Para escrever este artigo, visitei uma feira que costumava ir com meu pai quando criança, o que fazia em troca de um grande pastel e um bom caldo de cana, ajudando-o a carregar as pesadas sacolas. Como já era de se esperar acabei indo sozinho, apesar dos insistentes convites a minha filha, cujo apetite não se comoveu com minha calórica oferta.

Comecei pelo mesmo caminho: barracas de roupas, consertos de panelas, salgadinhos e laticínios, verduras e legumes, tomates, frutas, cebolas, batatas, carnes, frangos, peixes e enfim as famigeradas bancas de pastel e caldo de cana, apinhadas às nove horas da manhã. A não ser algumas novidades, tais como produtos eletrônicos, CDs e DVDs piratas, quase tudo permanecia do mesmo jeito. Com uma lista na mão e muita disposição fui às compras. Seguem as lições colhidas em campo, confirmadas pela pesquisa.

Atendimento personalizado: apesar de não ser um cliente frequente, vulgo freguês, fui muito bem atendido em todas as bancas, em especial as de frutas, onde pude experimentar de jabuticabas às laranjas, passando por melões e abacaxis. Para um leigo como eu, poder levar para casa frutas doces e sem risco de estarem passadas ou muito verdes, foi uma grande conquista. Apesar do preço um pouco mais elevado, o aproveitamento, as degustações e o atendimento cortês valeram a pena.

Democráticas e tolerantes: creio que Michael Porter não conhecia este espaço quando desenvolveu a teoria das estratégias genéricas, através da qual as empresas devem optar entre custo ou diferenciação. Na feira, estas estratégias migram conforme o horário. Senhoras distintas em carros importados e motoristas logo nas primeiras horas da manhã, e pessoas mais simples na hora da Xepa. Os mais antigos talvez se lembrem de Yara Cortes interpretando o papel de uma feirante em novela de Gilberto Braga no final dos anos setenta.

Pouco burocráticas: não me faz falta o som característico da leitura dos códigos de barras, assim como as perguntas padrões: faltou algum produto? É com ou sem CPF? - repetidas durante todo o dia por funcionárias cuja identificação se dá apenas pelo nome do crachá. O fechamento da venda na feira é uma etapa a parte. Com a caneta que se acomoda na orelha e um pedaço de papel improvisado em uma prancheta, os valores são anotados e somados, sempre se arredondando em favor do consumidor, cuja sensação de ter feito um bom negócio é invariável.

Problemas operacionais: quem nunca se sentiu um verdadeiro idiota, aguardando na fila ou na linha, até que o sistema voltasse a funcionar? Em geral temperamentais, não raro costumam gerar problemas nos horários de maior movimento. Totalmente dependentes da tecnologia, varejistas e comerciantes perdem vendas por não poder registrá-las. Felizmente abobrinhas, bananas e alfaces são abobrinhas, bananas e alfaces na feira, não códigos de barras.

Não obstante as limitações em transpor os exemplos da feira livre e do armazém de bairro, as redes de hipermercados, eletroeletrônicos e franquias, tornar o atendimento mais gentil, flexível, democrático e tolerante são ações que se podem colocar em prática, tornando a vida dos consumidores mais fácil e descontraída.

Apesar da experiência positiva, não acredito que vá mudar meus hábitos de compra devido ao estilo de vida corrido que levo, porém colocarei como um hábito esporádico frequentá-las, lembrando-me dos bons tempos nos quais éramos tratados pelo nome, por comerciantes que conheciam a fundo seus produtos, fregueses e a arte de encantá-los.


*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios.