sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Missão Ushuaia: política

Manifestação política nas ruas de Ushuaia. No próximo domingo, 27 de outubro, será a eleição de novos parlamentares: deputados e senadores (Foto: Jayme Vasconcellos / Criatividade para todos)

Missão Ushuaia: Canal de Beagle

Vista do Canal de Beagle, entre a Argentina e o Chile. (Foto: Jayme Vasconcellos / Criatividade para todos)

Não seja manipulado: preço é ilusão de ótica


por Marcelo Lombardo*

O que significa o preço para você? Se você o considera como um dos componentes principais da decisão de compra, eu tenho uma boa e uma má notícia. A boa é que 98% da humanidade pensa como você. A má é que você pode estar sendo manipulado.

Um ponto de manipulação psicológica muito interessante é a referência de valor. Bons vendedores conhecem essa matéria a fundo e resumidamente, ela funciona da seguinte forma: forneça ao consumidor diversos pontos de referência de valor utilizando o preço para induzir a decisão pretendida.

Na prática isso funciona assim: foi feita uma experiência em um cinema dos Estados Unidos, onde colocou-se à venda dois tamanhos de pipoca: o pequeno, custando dois dólares e o grande, custando sete dólares. E o que aconteceu? A grande maioria dos clientes escolheu o pequeno, de dois dólares.

Em seguida, adicionou-se ao cardápio um tamanho médio custando seis dólares. Como consequência dessa mudança, a maioria das vendas passou a recair sobre o tamanho grande, de sete dólares. 

A explicação é que o nosso cérebro, para criar uma comparação, necessita de ao menos três pontos de referência. Enquanto temos apenas dois valores, temos insegurança de escolher errado e optamos pelo mais barato. Ao adicionar a terceira opção, muda-se a sensação de valor do comprador, podendo-se utilizar isso para manipular a decisão, como no caso da pipoca.

O cliente percebe que a diferença de preço entre o médio e o grande é muito menor que a diferença entre o pequeno e o médio, e que é vantajoso comprar o tamanho grande, mesmo que ele não queira tanta pipoca.

Portanto, a experiência provou como o preço pode, através da referência de valor, ser utilizado para manipular o inconsciente do consumidor. A simples presença se uma nova opção com valor propositalmente desproporcional (o médio) fez com que as decisões de compra mudassem, multiplicando em mais de três vezes o faturamento do estabelecimento.

Outra forma de manipulação psicológica baseada em preço é a “oportunidade imperdível”. Esse tipo de oferta tende a nos fazer comprar coisas das quais não precisamos simplesmente porque o preço é bom. Cria-se a aparência de ser “a última oportunidade do universo” para você conseguir comprar o referido bem, mas nós sabemos que isso não é verdade. O próximo mês vai começar com uma nova meta a ser batida e novas “oportunidades imperdíveis” virão fatalmente.

A terceira forma de manipulação pelo preço é a utilizada nos segmentos de alto luxo. Uma bolsa de vinte mil reais vai carregar suas coisas da mesma forma que uma semelhante de duzentos reais, mas o que está à venda não é algo para carregar as suas coisas e sim um status frente às outras pessoas. Esta forma de manipulação é amplamente conhecida e bem sucedida no mundo.

Até que ponto vale a pena adotar uma dessas formas de ilusão em seu negócio? Na minha opinião, isso depende. Você pensa a curto prazo ou a longo prazo? A longo prazo, a velha fórmula “custo + margem = preço” ainda é a mais segura de criar um negócio duradouro, simplesmente por ser mais honesta. O aumento da concorrência faz com que as máscaras caiam mais cedo ou mais tarde.

Existem ainda outras formas de manipulação da decisão de compra que não envolvem preço, como a baseada em medo. Por exemplo, você já deve ter ouvido que “oito em cada dez dentistas recomendam a marca X”. Psicologicamente o que se faz é criar um temor de decidir diferentemente de pessoas que supostamente sabem mais do que você.

Vamos fazer do mundo um lugar melhor colocando o preço no lugar onde ele deve estar. Preço é algo que deve proporcionar a remuneração ao empresário em função do valor entregue, do risco assumido e do capital empenhado. Nada mais.

*Criador do Omiexperience, software de gestão para micro e pequenas empresas.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Você esta preparado para ser um líder do século XXI?


por Gutemberg Macedo*

Saber lidar com pessoas, ter espírito de equipe, sair do lugar comum, enfrentar desafios, são algumas das qualidades exigidas para se tornar bom líder hoje.

Poucos sabem mais existe uma grande diferença entre chefiar e liderar uma equipe. Chefe á pessoa capaz de administrar funções, líder é aquele que inspira outros da equipe e influencia no bom resultados das tarefas.

É possível sim a empresa “construir” um líder, claro que ele já nasce com algumas aptidões em seu DNA, mas a forma como a corporação lhe impõe desafios faz com que esse líder aperfeiçoe seus pontos fortes e melhore os “fracos”.

O líder precisa também saber trabalhar com diferentes tipos de funcionários, pressões, metas e eventuais demissões. Ele não precisa nascer para esta função, mas pode se tornar um líder excepcional se tiver o acompanhamento certo.
Pessoas que só sabem dizer “sim”, não são ideais para serem líderes ou gestores. As empresas querem e necessitam de profissionais para estes cargos que saibam debater e questionar nos momentos devidos e não de marionetes que apenas cumpram ordens.

Nenhuma empresa funciona sozinha, e por mais que o líder seja excelente em todas suas aptidões, sem uma equipe ao seu lado ele não terá resultado positivo. Logo, uma de suas funções é instigar os que estão ao seu redor, o sucesso nunca será apenas de um, mas de todos, e é isso que alguns não entendem, acham que por ser líder tem um poder soberano.

O líder ideal trabalha em parceria com os demais da equipe e não como se ele fosse melhor que alguém.

· Promova discussões e debates, o pensamento crítico e criativo, a liberdade de pensar sem medo de censuras ou mesmo de perder o emprego.

· O verdadeiro líder está sempre à procura de colaboradores que pensam de maneira diferente e que são por natureza curiosos e questionadores. Pois, ele sabe que precisa se cercar de pessoas que ambicionam romper os padrões estabelecidos para começar novas ideias.

· Respostas rápidas em geral não são as melhores, pessoas com este tipo de raciocínio não examinam as questões que lhes são postas com profundidade, com isso o resultado final pode ser comprometido.

· Não tenha medo de mudar sua opinião, essa atitude não irá te dar mais ou menos “poder”.

· Não tenha medo de admitir erros perante a equipe, todos somos passíveis de erros.
· Encorajar os colaboradores a questionarem absolutamente tudo na organização. Nada deverá ser deixado de lado ou para depois.

· Estimular os indivíduos a pensar e expressar suas ideias e pensamentos.

· Orientar as pessoas para que usem sua mente de maneira crítica e questionem diariamente suas “ideias preconcebidas”. O profissional que tem medo de pensar tem a sua mente enferrujada prematuramente.


*Presidente da Gutemberg Consultores.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Creative Business Cup Brasil

Creative Business Cup Brasil abre inscrições para sua 2ª edição buscando consolidar ainda mais os setores criativos no país
 
Competição que estimula o empreendedorismo criativo no Brasil, é uma iniciativa do Movimento Nação Criativa e tem inscrições abertas até dia 20 de outubro

 
A Creative Business Cup, competição idealizada pelo governo dinamarquês para fomentar o empreendedorismo criativo pelo mundo, faz parte da programação da Semana Global de Empreendedorismo, promovida pela Endeavor e pela Fundação Kauffman, e busca destacar, premiar e aprimorar modelos inovadores de negócios nos setores da Economia Criativa.

A edição brasileira, liderada pelo Movimento Nação Criativa, criado para reunir organizações interessadas na valorização da criatividade junto ao empreendedorismo, abriu inscrições para a segunda edição em cerimônia no dia 20 de setembro, na FecomercioSP, em São Paulo, durante o evento Design Experience. O lançamento contou com a presença do novo Secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Marcos Andre Carvalho. A ideia é estimular o potencial criativo brasileiro e impulsionar a viabilização de soluções inovadoras de produtos e serviços que contribuam com o desenvolvimento de uma sociedade mais dinâmica e sustentável, em todos os aspectos. Segundo Lucas Foster, coordenador da Creative Business Cup Brasil, “as transformações profundas que vivemos neste início de século XXI estão proporcionando oportunidades incríveis para a criação de negócios inovadores que ajudem a solucionar, de forma criativa, os mais diversos problemas a fim de garantir o desenvolvimento sustentável das futuras gerações”. A iniciativa contará com a parceria da plataforma de financiamento coletivo Pontapés, com o apoio das organizações FecomercioSP, SEBRAE-SP, EISE, Perestroika, Escola São Paulo e Avanade e realização da ProjectHub e da Endeavor.

Para participar da etapa nacional da competição, basta ter um modelo de negócio baseado em competências criativas, com potencial de mercado e contribuição significativa para o desenvolvimento da sociedade. Os interessados deverão se cadastrar, até o dia 20 de outubro, no site www.creativebusinesscupbrasil.com.br,  consultar o regulamento e enviar um plano de negócios, acompanhado de um vídeo crowdfunding pitch de no máximo 2 minutos explicando a relevância de sua ideia para o bem coletivo, o porquê ela deve receber o apoio das pessoas e ser escolhida pelos investidores para representar o Brasil na etapa global da competição. Os principais critérios de avaliação e seleção dos projetos serão originalidade, criatividade, impacto social e um plano financeiro e de gestão consistentes.




No dia 24 de outubro, uma banca de especialistas do setor decidirá e anunciará quem são os dez finalistas. Suas ideias serão submetidas ao interesse de investidores-anjo e ganharão destaque, até o início do mês de dezembro, no site www.pontapes.com - plataforma de financiamento coletivo com foco em projetos de tecnologia e inovação para o desenvolvimento social - onde poderão conseguir estímulo financeiro para aperfeiçoar ou até mesmo transformar em realidade seus negócios.

O vencedor da etapa nacional será anunciado no dia 1º de novembro e ganhará bolsas para cursos nas áreas da Economia Criativa no Brasil, além de uma sessão de mentoring para estruturar o modelo de negócio que será apresentado na etapa final da competição, a Global Award Show, que acontece em Copenhague, Dinamarca.

Na capital dinamarquesa, o finalista irá concorrer a prêmios no valor de até U$ 50 mil dólares, participar de programas de aceleração de negócios e conhecer outros exemplos de empreendedorismo criativo, além de participar de atividades paralelas à premiação, como palestras, seminários e workshops, ampliando suas possibilidades de networking e interação com investidores em busca de oportunidades em inovação e criatividade ao redor do globo.


Para mais informações sobre a Creative Business Cup Brasil acesse:

www.creativebusinesscupbrasil.com.br

www.facebook.com/CreativeBusinessCupBrasil


 Sobre o Movimento Nação Criativa: Idealizado pela Semana Global com a Project Hub e o apoio da Endeavor, o Movimento Nação Criativa é formado por pessoas e organizações com o único objetivo de garantir o reconhecimento e a valorização da criatividade como elemento fundamental da identidade do povo brasileiro capaz de promover, através do empreendedorismo, as transformações essenciais para o desenvolvimento sustentável do século XXI.


Sobre a ProjectHub: Criada em 2011, a ProjectHub é uma rede de jovens empreendedores dos mais diversos setores da Economia Criativa comprometidos com a qualificação da experiência de vida das pessoas. É uma produtora que acredita no poder da conexão e da criatividade para gerar riqueza e diversidade, atuando para reduzir as distâncias entre empreendedores criativos e os recursos disponíveis capazes de transformar suas ideias e seus ideais em realidade.


Sobre a plataforma Pontapés: A plataforma de crowdfunding Pontapés foi criada para encorajar start ups de tecnologia e jovens empreendedores de diversas áreas da Economia Criativa a acreditar que é possível viabilizar suas ideias. Tem como principal proposta estimular a cultura do financiamento coletivo no Brasil e popularizar o crowdfunding como plataforma multilateral essencial para o desenvolvimento da inovação no país.


Sobre a Semana Global do Empreendedorismo: A Semana Global do Empreendedorismo (SGE) é um movimento global lançado em 2007 pelo ex-primeiro ministro britânico Gordon Brown e pelo então presidente da Kauffman Foundation, Carl Schrammdo. Durante o mês de Novembro, milhares de organizações buscam fortalecer a Cultura Empreendedora: conectando, capacitando e inspirando os participantes a empreender. O movimento conta com o apoio de Muhammad Yunnus, Richard Branson, Barack Obama, Hillary Clinton, Bill Clinton, Beto Sicupira, Fábio Barbosa, Luiz Seabra, Luiza Helena Trajano, Abílio Diniz, Wellington Nogueira, Gilberto Dimenstein, e de outras milhões de pessoas por todo o mundo. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dia dos professores: as lições que guardamos pela vida toda

por Orlando Oda*

Não nascemos sabendo andar, falar, ler, escrever e muito menos com os conhecimentos e habilidades necessários para viver. Isso significa que alguém nos ensinou tudo: pais, amigos ou professores. Uma boa parcela do aprendizado devemos aos nossos mestres. Além das matérias escolares, assimilamos muitas coisas importantes durante a vida escolar.

O meu primeiro professor foi o meu pai. Aprendi a ler e escrever "katakana" e "hiragana" e alguns "kanjis" (alfabeto japonês) quando tinha cinco anos. A didática foi bem simples. Todo dia tinha que copiar cinco letras até preencher uma folha de papel. No começo era muito difícil, mas em dez ou quinze dias estava conseguindo copiar sem grandes dificuldades. Era até muito divertido.

Divertido porque na época e no lugar que nasci e morava não tinha luz elétrica, portanto, sem televisão, sem games. Computador, internet, nem no sonho. Nem fazia ideia de que existiria um dia. Foi o primeiro grande aprendizado.

Quando tinha sete ou oito anos fui estudar na escola primária. A professora separou os alunos em duas turmas. A dos muito "fracos", ou seja, não sabiam absolutamente nada sobre escrita, sem nenhuma coordenação motora para escrever, e a segunda, composta de alunos com alguma coordenação motora ou que tinha noções de escrita.

Eu fiz parte da turma dos muito fracos porque não sabia falar e muito menos escrever uma única palavra em português. A professora, percebendo, me fez sentar na primeira fila, bem na frente da sala. Para exercitar a coordenação das minhas mãos, ela precisava segurá-las, me fazendo copiar os símbolos do quadro-negro. Falar não adiantava nada para mim.

Era a coisa mais chata, sem graça a fazer. Escrever as letras "á-é-i-ó-u" em letra cursiva era fácil, portanto sem graça e muito chato. Para quem conseguia escrever alfabeto básico japonês aquilo era coisa de demente. Não era nada divertido, nada motivador, tudo fácil demais. Foi este o segundo grande aprendizado.

Lembro o que dizia para a minha mãe quando chegava em casa nos primeiros dias de aula: "não quero ir na escola de brasileiros, é muito chato. É tudo fácil demais". Obrigado a ir, continuei, mas no fundo porque gostei da professora. Apesar de muito brava, conseguia me entender e tinha paciência comigo.

A professora logo viu que os exercícios me deixavam aborrecido. Então me mudou de turma: fui para a mais avançada, onde os exercícios eram um pouco mais difíceis. Ainda assim, eram muito fáceis, mas sentia-me bem melhor na turma dos mais avançados. Foi a terceira grande lição da vida.

A quarta grande lição foi com o professor de inglês, no "ginásio". O professor era padre da igreja católica da cidade, um senhor alemão, que dizia: "se quer ser lavrador, não precisa estudar inglês" (isto é coisa de mais de 50 anos atrás). Hoje qualquer pessoa precisa de inglês, mas naquela época o mundo era bem diferente.



A primeira lição mostrou que conseguimos aprender mesmo só copiando. Não fazia outra coisa senão copiar os "hiraganas" e "katakanas", mas em menos de um ano estava conseguindo ler os "mangás" e estava entendendo. Foi muito rápido e divertido.

A segunda lição é que se não tiver pela frente uma novidade, algo desafiador, você não sente nenhuma motivação. A tarefa acaba sendo chata, sem graça. É preciso que a pessoa ao lado perceba isso e faça mudanças, como fez a professora. 

A terceira grande lição foi o reconhecimento. Apesar de tudo aquilo continuar sendo a mesma chatice, senti muito bem pelo fato de estar na turma dos mais avançados. Foi o relatório do dia para a minha mãe. Fui promovido!

A quarta lição é que eu não queria ser lavrador, não porque não gostasse, mas tinha medo porque era muito franzino e sabia que não tinha força física para levantar um saco de café ou amendoim. Se não quisesse ser lavrador tinha que estudar, estudar.

Aos meus professores e professoras, a minha eterna gratidão. Seria possível lembrar de muitas coisas boas e importantes que aprendi com cada um deles. À minha primeira professora, Dona Zilda, se eu pudesse, ergueria uma estátua e daria o nome dela a uma praça pública. Parabéns e muito obrigado a todos os professores, que dedicam um pouco de si para edificar os outros!

*Administrador de empresas e presidente do Grupo AfixCode.

SITE: www.afixcode.com.br

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Os legados dos políticos e dos executivos

por Marcos Morita*

A coligação entre Marina Silva e Eduardo Campos trouxe novidade, movimentação e um pouco de graça a uma eleição cujo resultado já era previsto e conhecido, repetindo os últimos pleitos presidenciais onde tucanos e petistas se digladiaram, comparando gestões passadas, ao invés de propor soluções aos velhos problemas que insistem em nos manter como país do futuro. Põe também certa pressão em Dilma que após três anos de mandato ainda não deixou um legado pelo qual possa ser lembrada.

Getúlio Vargas, Juscelino, Collor, FHC e Lula deixaram sua marca. Criação da CLT, construção de Brasília, abertura do mercado para importações, Plano Real e a ascensão das classes menos favorecidas, seguindo a ordem de citação. Peço desculpas antecipadamente caso tenha esquecido outros governantes, assim como se omiti alguns ou vários de seus deslizes. Otimista, tentei enxergar o lado cheio do copo, mesmo que com certo grau de discordância em certos casos.

Dilma, por outro lado, tem ainda muito pouco ou nada a mostrar: obras atrasadíssimas, inacabadas ou mal começadas dos PACs, influência excessiva do estado na economia, fuga de investimentos e investidores externos, inflação no teto da meta, marcos regulatórios confusos, destruição do valor da Petrobrás, entre outros. Não obstante a fraca entrega, resultante de uma gestão pobre e sem objetivos, goza ainda de altos índices de popularidade, consequência dos legados deixados por seus antecessores.

E já que estamos falando no que Dilma deixou de fazer, queria que parasse por um momento e pensasse: Qual é o seu legado? Que ações faria, caso tivesse apenas mais um ano para deixar sua marca?

Para ajudá-lo, trago uma definição que gosto bastante: legado pode ser definido como alguém é lembrado e que contribuição fez enquanto estava vivo. Tê-lo o ajudará na definição de seu foco e de suas prioridades, canalizando suas energias. Saber que se dispõe de mais de quatro ou oito anos para deixá-lo, assim como não será lembrado em livros de história atenua um pouco a missão, porém deixá-lo ao Deus dará poderá gerar um sentimento de vazio quando a melhor idade chegar.

Conheço pessoas que colocam todo o foco em sua carreira, mirando cargos e os benefícios decorrentes: sala fechada, secretária, vaga na garagem, carro zero quilômetro e bônus no final do ano. Trabalhar até altas horas e durante os finais de semana, deixar a família em segundo plano, esquecer os amigos, descuidar da saúde, atropelar os colegas, ter atitudes egoístas e dar uma puxadinha de tapete de vez em quando poderão ajudá-lo em sua escalada, porém não contribuirão na construção de seu legado.

Poucos se lembrarão de você como o gerente ou o diretor que criou uma estratégia inovadora de vendas, desenvolveu novos clientes, bateu as metas durante quatro anos seguidos, cortou os custos em 30% ou diminuiu o prazo de entrega pela metade. Em épocas de empregos menos estáveis e menor fidelidade entre as partes, será muito provável que o próximo ocupante de sua cadeira fará questão de tudo mudar, estabelecendo seu novo legado e desligando aqueles que lhe eram mais fiéis.
Todavia não se desespere caso ainda não o tenha claro. Na urgência do dia a dia muitas vezes vendemos o almoço para comprar o jantar, correndo atrás de objetivos de curtíssimo prazo que nos impedem de enxergar quais adjetivos gostaríamos de ser lembrados: leal, amigo, desprendido, sincero, companheiro, caridoso, criativo, inteligente, bem humorado ou talentoso. Voluntariar, ensinar, dar, doar, oferecer e presentear são palavras que podem sugerir alguma dica. 

Voltando a política, assim como os políticos, não conseguimos separar totalmente a vida pública da privada, construindo nosso índice de aprovação ou rejeição muito além do período de mandato ou campanha, através dos relacionamentos cultivados nos mais diversos papéis: chefe, colaborador, colega, pai, marido, amigo, voluntário, líder ou empreendedor. Em síntese, serão as memórias destes encontros, breves ou longos, intensos ou fugazes, positivos ou menos positivos, que formarão a visão compartilhada de sua imagem, representando em última instância o seu legado.

Enfim, desejo boa sorte ao próximo governante e que consiga deixar sua marca positiva, já que até dezembro do próximo ano nada mais ocorrerá além de futebol e palanque. Da mesma forma que acontece em todo ano eleitoral.

*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios.

SITE:  www.marcosmorita.com.br 


CONTATO: professor@marcosmorita.com.br  

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Opinião

"O aumento do consumo de alguns alimentos é importante para a formação e funcionamento do sistema nervoso. Além disso, seguir com um estilo de vida que inclua mudanças na alimentação e exercícios físicos facilita a captação dos neurotransmissores essenciais para preservar a memória. (…) Carnes, aves, oleaginosas, grãos integrais, leguminosas, leite e derivados também podem fazer parte da lista de alimentos que garantem o bom funcionamento do cérebro."

André Veinert, nutrólogo.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Eureka: Você já teve uma grande ideia hoje?

por Mayara Rabelo*

Reza a lenda que um tal de Arquimedes (uns 250 anos antes de Cristo), saiu de sua banheira e, ainda sem roupa, saiu pela rua gritando “eureka” (algo como “encontrei”, em grego). Tudo isso porque descobriu que o volume de qualquer objeto pode ser calculado pelo volume de água mobilizada quando este fica totalmente submerso. Essa ideia configura um dos princípios de Arquimedes, que o imortalizou como um dos gênios da humanidade. Bom, nem pareceu uma ideia tão complicada assim, não é verdade? Mas é isso que define uma ideia genial! Sua simplicidade, seu ineditismo, seu alcance e sua capacidade de resolver problemas do dia-a-dia.

Quanto vale uma grande ideia? Ou pior, quanto pode custar investir em uma ideia ruim? Na verdade, uma boa ideia pode salvar uma empresa, uma família ou uma carreira inteira. Está aí seu maior bem cognitivo, sua capacidade de ter e triar suas ideias, vendê-las, aplicá-las, de modo a transformar uma estrutura mental em um bem real.
Segundo o neurologista Leandro Teles, membro da academia Brasileira de Neurologia, nosso cérebro é uma grande usina de ideias algumas boas, outras nem tanto. “A arte está em direcionar os esforços mentais em prol da qualidade, não da quantidade, além da capacidade de colocar nossas fichas nas ideias certas”, explica.

Mas, o que será que determina a ocorrência de uma grande ideia, por que é tão difícil ser criativo? 

O cérebro humano é movido por dilemas e escolhas. Uma ideia nasce diante de uma necessidade. “O cérebro percebe um problema, traça estratégias e visualiza caminhos. Ai entra em jogo um sistema sofisticado de previsão de resultados, consideramos geralmente boa a solução com menor taxa de erro. Aí nasce o primeiro problema! A maioria das ideias são óbvias, lógicas e caem na resolução de senso comum. Os cérebros são parecidos, as soluções seguras também, uma ideia realmente criativa é rara e por isso vale ouro, para tê-la é preciso talento, esforço e estar disposto a errar”, afirma.

 


Como estimular as ideias criativas? Convidamos o Dr. Leandro para enumerar algumas dicas para um pensamento menos padronizado.

1. Arrisque

A criatividade cobra seu preço. Você precisa estar disposto a errar. Não dá para ter ideias geniais sem arriscar nada. A criatividade é fruto do erro cognitivo, quem pensou fora da “normalidade” é quem teve o raciocínio criativo. Isso, obviamente, eleva o risco. 

2. Mude o enfoque

Olhar o problema na mesma ótica irá gerar soluções segundo a lógica e o senso comum. Procure dar uma visão diferente, inédita e inovadora. Mude o ângulo, comece o raciocínio de forma diferente. O resultado pode ser surpreendente.

3. Busque analogias

Pessoas com maior bagagem cultural encontram soluções com mais facilidade. Muitas vezes aquilo já foi vivenciado e resolvido em outro contexto. Se deu certo em uma vez, pode ser adaptado e dar certo de novo. Busque respostas na natureza, na arte, na história e surpreenda-se com soluções simples e eficientes. Não se trata de copiar, mas sim de não ter que redescobrir a roda, bastando aplica-la de forma inédita.

4. Não desista precocemente

Muitas ideias geniais parecem estúpidas a primeira vista. Normal que seja assim é algo diferente, não óbvio, incomoda. Dê uma segunda, terceira, quarta chance. Não se pergunte “porque sim?”, e sim: “porque não?”. Supere os obstáculos, invista tempo e estratégia para tornar possível. Se fosse fácil alguém já teria feito antes, talvez.

5. Pense em conceitos, não em detalhes

Olhe o conjunto, de longe, difusamente. Parta do todo para o específico. As melhores ideias são as ideias conceituais, de aplicação ampla, depois é bem mais fácil individualizar e personalizar o processo. A quebra de um paradigma traz implicações exponenciais e muito mais abrangentes do que criar exceções pontuais.

6. Evite a gaveta

A gaveta é um cemitério de boas ideias. Muita gente pensa muito e age pouco. Se a ideia te convenceu, corra atrás, deixe-a mais robusta, mais simples, mais sedutora. Leve-a para o mundo real, editada, passe-a adiante, divida com outros cérebros, veja a reação. Algumas ideias parecem ainda melhores quando devidamente aplicadas, outras perdem muito quando adentram o mundo real. A pior das hipóteses e não dar uma chance a algo que parece bom. 

7. Perceba a resposta

Pior que não ter uma ideia é não reconhecer uma ideia. Atente para seus pensamentos, para seu ambiente, somos bombardeados por pedaços de respostas. Faça as coisas com foco, calma e organização. Valorize o pensamento intuitivo (aquela que aparece dissociado de lógica sequencial), perceba possíveis insights (soluções prontas que surgem das profundezas do nosso cérebro de tempos em tempo), agarre o traço cognitivo da ideia e não deixe ele escapar da memória.


*Jornalista.
 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Falando sobre sexo

por Margareth Signorelli*

Sexo é uma parte importante do relacionamento e também uma das áreas mais desafiantes para se navegar quando se fala em negociar necessidades e preferências. Em uma relação é comum para uma pessoa querer sexo com mais frequência ou de modo diferente da outra.

As pessoas veem o sexo de modos diferentes. O sexo pode ser muito importante para alguns e não tão importante para outros. Estas diferenças irão afetar o relacionamento ao longo do tempo e influenciar em vários aspectos, dependendo de como o casal resolver administrá-las. Se a discussão deste assunto está fora dos planos do casal e se ter uma vida sexual satisfatória não é tão importante, frustrações e desconexões poderão acontecer por falta desta preciosa comunicação.

 



Então, como é que um casal pode abordar esse assunto? Pode parecer cliché, mas o remédio começa com palavras e termina com toques. Vou colocar 10 regras que considero importantes para falar sobre sexo saudavelmente:

1 - Não assuma que o seu parceiro sabe que existe um problema. Mesmo que você ache que já deu as maiores dicas e mostrou quais são as suas necessidades, se nada mudou, está na hora de se falar claramente sobre o assunto.

2 - Não fale sobre o assunto durante ou imediatamente após o sexo. Tenha esta conversa quando tiver privacidade e não precisar se apressar.

3 - Comece sua conversa colocando suas intenções. Se elas forem mostrar como a outra pessoa esta errada, fazendo com que ela se sinta culpada ou envergonhada, eu sugiro que você repense sua intenção. Se sua conversa começar assim, acredite, não dará certo. Intenções que reflitam o desejo de construir intimidade, conexão, satisfação e prazer entre você e a outra pessoa serão baseadas em ouvir e se comunicar e não em atacar, se defender ou se afastar.

4 - Em primeiro lugar, deixe seu parceiro saber como ele ou ela faz você se sentir e o que tem de bom na sua vida sexual. Aí fale o que está faltando e porque é importante para você. Seja concreto e claro na sua colocação. Não se intimide em usar a linguagem que reflita como você quer ser tocado e onde. Se a questão não for a qualidade e sim a quantidade, seja claro dizendo o quanto a mais de sexo você quer e porque.

5 - Lembre-se de perguntar ao seu parceiro (a) como seus desejos têm sido alcançados e se ele deseja algo diferente. As pessoas são diferentes umas das outras e tem preferências e necessidades distintas. Em outras palavras, não espere que seu companheiro goste das mesmas coisas que seu ex gostava e nem que ele mude com o tempo.

6 - Esteja aberto para explorar possibilidades. Sexo libera estresse, aumenta o bem-estar e a autoestima, cria intimidade e traz alegria para o relacionamento. Esteja aberto para explorar técnicas diferentes, lugares e frequências e isso trará benefícios inesperados para você dois.

7 - Se após uma longa conversa sobre o assunto, você ou seu parceiro não estiverem confortáveis para iniciar o ato sexual, respeite seus limites. É importante que qualquer mudança ocorra em um ambiente relaxado e harmônico. Caso você não consiga aceitar as coisas como estão, então adie essa conversa para outra ocasião. Mas saiba que coisas que são inaceitáveis podem mudar com o tempo.

8 - A próxima vez que fizerem sexo não se pressione. Esteja aberto para tentar novas coisas e novos territórios, mas faça com uma atitude dentro do clima sensual ou “na brincadeira”. Não se preocupe em fazer coisas de um modo certo. Foque-se em criar intimidade e conexão, o resto irá fluir.

9 - Não se intimide em guiar ou mostrar para o seu parceiro como lhe dar prazer. A maioria dos parceiros quer dar prazer ao outro, mas não sabe como e nem como pedir a ele que o ensine. Um movimento delicado e amoroso pode ajudá-lo a entender e pode ajuda-lo muito.

10 - Dê para seu parceiro muitos feedbacks positivos e fale sobre o assunto. Deixe-o saber que, de um modo ou de outro, ele esta lhe dando prazer. É importante que você mostre que aprecia que ele seja seu parceiro.

O objetivo é que vocês se sintam seguros, confiantes, amados e com intimidade nas suas relações sexuais. Será nesta atmosfera de amor e conexão que sua intimidade crescerá fazendo com que parte do seu relacionamento esteja equilibrada, ajudando assim o fluir das outras.


*Coach de relacionamento.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Crueldade em crimes no Distrito Federal


Perigo nos céus...

Em uma pesquisa recente, 56% dos pilotos admitiram que dormem durante os voos. E 29% disseram que, quando acordam, se dão conta de que o co-piloto estava dormindo também.

A corda bamba do lucro e do caixa

por Paulo Sérgio de Moraes Sarmento*

Perseguimos o lucro como razão principal da existência e sobrevivência de uma empresa. No entanto, considerar o fluxo de caixa positivo é tão essencial quanto. Uma posição não substitui a outra, mas podemos admitir que uma empresa possa ficar um tempo sem lucro ou até mesmo no prejuízo. Um tempo apenas. Agora, quanto ao seu caixa não há o que se discutir: uma empresa sem caixa está em apuros. Pior se não tiver crédito também.

Certos projetos e empreendimentos bem intencionados que apresentam viabilidade no longo prazo, podem não chegar lá exatamente porque há falha no importante detalhe de formação de caixa no tempo adequado. Ou seja, no planejamento o longo prazo está bem, mas no curto a empresa não tem caixa, não tem fôlego. Que adianta mostrar lucro se não tem caixa positivo?

O caixa garante a oxigenação da empresa. É o sangue que circula garantindo o funcionamento de todo o seu organismo. Com ele se pode investir, financiar, prover e manter a operação funcionando. Se ela funcionar bem, aí sim vai gerar o lucro. Tendo lucro terá um caixa mais robusto.

Geração de caixa deve ser um ponto de observação constante e motivo de aperfeiçoamento das estratégias. Sem o fluxo positivo do caixa os problemas ficam sem solução, ou melhor, passa-se a conviver com a emergência, faltando com as suas obrigações e com a manutenção dos recursos produtivos.

É preciso entender a complexidade da administração e perceber que tanto o lucro como a formação de caixa são extremamente necessários e geralmente estão em compassos diferentes. Quando não se gera lucro, há problemas de caixa levando a tomar empréstimos ou venda de ativos. Só que o problema continua porque não há lucro.É possível que o planejamento considere um período inicial de caixa negativo com suprimento de empréstimos, contando com o amadurecimento das atividades e um retorno econômico lá na frente.

Outro aspecto relevante e ao mesmo tempo contraditório em certas gestões é quando temos uma empresa lucrativa, boa de caixa e, exatamente por isso, acaba investindo em novos negócios pouco rentáveis e fracos de geração de caixa, acabando por comprometer a galinha dos ovos de ouro.

A rentabilidade é o principal objetivo de uma empresa e só ela garante a sua longevidade. A administração do caixa, do seu fluxo positivo é o segredo da saúde financeira e do crescimento. O caixa precisa ser gerado a tempo e no montante ideal e isso deve ser articulado em sintonia com as atividades primárias da cadeia de valores, como vendas, marketing, logística, operações e pós-vendas.
O banco que empresta analisa se o caixa é suficiente para haver pagamentos no prazo contratado. Ele, na prática, não se importa com o lucro da empresa. Essa é uma preocupação dos acionistas dela. Se a geração de caixa não for suficiente e não tiver provisões para contingências e reservas para a reposição de ativos, o patrimônio líquido vai diminuindo e lá se vão as garantias.

O EBTIDA (cuja tradução do inglês é “antes dos juros, impostos, depreciação e amortizações”) é a análise preferida e está na moda exatamente porque dá a medida da geração de caixa que gera capacidade de pagar dividendos, reinvestimentos e caixa para o investidor. Mas, é uma análise que esconde as oscilações no capital de giro em decorrência de inadimplência, dos prazos menores de fornecedores e estoques mal balanceados. Se a empresa faz empréstimos para cobrir falta de capital ou prejuízos, os juros que terá que pagar não aparecem no EBITDA.

Perversamente, o lucro paga imposto. Numa sociedade, pagar impostos significa uma diminuição dos meios de pagamentos e menor capacidade de pagar dividendos e até mesmo limitações para novos investimentos. Os dois: lucro e caixa têm que funcionar em harmonia e são inseparáveis. São eles que criam o valor da empresa. Tem a ver com o que se compreende por uma empresa saudável, geração de caixa depois de pagar o custo do capital de terceiros, depreciação e o resto. Planejamento é bom para o caixa e para o lucro.

*Economista e sócio da VSW Soluções Empresariais.