quarta-feira, 30 de abril de 2014

Opinião

"Até pouco tempo atrás, havia uma aproximação, por parte da criança, da concretude cotidiana, o que permitia que ela tivesse uma clara percepção do que era real e do que não era. Ou seja, jogava-se Atari ao mesmo tempo em que se pulava corda e se construía carrinho de rolimã. Transitava-se entre o virtual e o real. Usavam-se os cinco sentidos. Com a apresentação mais precoce ao mundo virtual, há a perda dessa concretude e da utilização dos sentidos para conferir à vida a sua realidade."

Marla Simonini, psicopedagoga e psicóloga.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Você é feliz no seu trabalho?

por Orlando Oda*

Já vi pessoas felizes e infelizes no trabalho. Já vi pessoas felizes que ganham pouco e pessoas infelizes ganhando um bom salário. Eu mesmo já vivi momentos infelizes no trabalho ganhando bom salário. Era um "garotão" na época vindo de uma família de poucos recursos financeiros. O dinheiro significava ter acesso aos sonhos de consumo. 

Mesmo assim não me sentia feliz. Segunda-feira de manhã era muito dolorido ter que acordar e sair para o trabalho. O caminho de ônibus até a empresa parecia o corredor da morte. Por que o trabalho que me permitia ter acesso a coisas antes impossíveis não me entusiasmava, não me deixava feliz?

Pensava: "não gosto do trabalho, do chefe, nem da empresa". Mas eu não tinha nenhuma razão para não gostar. Ele me proporcionava independência financeira. Não tinha o que reclamar: tinha bom ambiente, pagava em dia.

O trabalho significava dinheiro. Era a forma de ganhá-lo. Por isso, me esforçava para ser competente porque isso significava melhor salário. Assim era algo incompreensível não me sentir feliz com o que justamente me proporcionava uma boa renda.
 

O atrito interior e a falta de entusiasmo, refletiram no corpo e passei a ter problemas de saúde. Somando problema físico com falta de dedicação e alegria com o trabalho, acabei perdendo o emprego. Incrível, mas a sensação que tive com a notícia foi: "que bom, ótimo". Deveria ficar triste, chateado. Mas, foi como se livrar de um peso, uma chateação.

Mais tarde o trabalho continuou sendo a fonte de recursos financeiros para sustentar a minha família com conforto. Assim teria sido por muito tempo, talvez por uma vida inteira, até ler o livro "A Verdade da Vida", do Prof. Massaharu Taniguchi, e abrir os olhos da espiritualidade: "Trabalho é a ação que beneficia o próximo". 

Conceituar corretamente, ter a visão correta da vida, ter o conceito claro do trabalho faz toda a diferença. É o autoconhecimento que faz o homem ser feliz com o trabalho, com a empresa, com o chefe, com os colegas. É de dentro de si que deve brotar a alegria, a felicidade, o entusiasmo.

Prof. Taniguchi afirma: "O ser humano possui cinco desejos fundamentais: ser reconhecido, amado, elogiado, livre e útil. Quando esses desejos são satisfeitos, o homem encontra a razão de viver". O trabalho é o meio para satisfazer os cinco desejos fundamentais. O trabalho é a sua identidade profissional, o seu valor pessoal.

Para que o trabalho signifique satisfação, cada um precisa reconhecer o significado e o valor dele. Reconhecer é conhecer duas vezes. Uma coisa é aquisição do conhecimento e outra é incorporá-lo. É o que os religiosos chamam de fé. Fé é mais do que conhecer, é a aceitação incondicional.

No livro "Maslow no Gerenciamento", o Prof. Abraham H. Maslow afirma: "As únicas pessoas felizes que conheço são as pessoas que estão trabalhando direito em algo que consideram importante. Todos os seres humanos preferem trabalho com significado a trabalho sem significado".

Cada pessoa deve encontrar o seu "significado do trabalho". Para isso é necessário ter a definição correta do trabalho dentro de si. Se a definição for apenas "dinheiro" não é uma definição correta. Não é importante o suficiente para se sentir feliz, ter o entusiasmo necessário para ser bem sucedido. 

Quando reconhecemos o verdadeiro valor e significado do trabalho, sentimos que estamos fazendo algo útil, livre do dever e necessidade de ganhar dinheiro. O autorreconhecimento vem naturalmente. Acaba com a preguiça ao acordar de manhã. Entusiasmo e dedicação ao trabalho vem naturalmente. O sucesso também.

*Administrador de empresas e presidente do Grupo AfixCode.

SITE: www.afixcode.com.br 
 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Opinião

"São muitos os fatores que levam alguém a procurar um sistema de defesa pessoal, mas geralmente o desejo por sensação de segurança tem influência no processo. (...) Além de aparelhar tecnicamente o cidadão para defender a si mesmo e seus entes queridos, nós também o preparamos psicologicamente. Ao conhecer os reais riscos aos quais está exposto e as formas de lidar com eles, a pessoa não só diminui a probabilidade de se tornar uma vítima, mas também de agir como um agressor."

Renato Miranda, instrutor de Kombato.

Opinião

"Infelizmente, estamos em uma era na qual as mudanças climáticas não são um tipo de futuro hipotético. Elas já estão acontecendo. Eventos climáticos extremos serão um desafio severo para algumas das comunidades mais pobres do mundo."

Chris Field, vice-presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU).

Públicos de Cultura

O Sesc e a Fundação Perseu Abramo realizaram, entre os dias 31/12 a 08/09 de 2013, a pesquisa Públicos de Cultura. Foram 2.400 entrevistas, em 139 municípios de 25 estados do país. O objetivo é fornecer dados / informações que possam contribuir para o trabalho dos profissionais da área.

O blog Criatividade para todos selecionou alguns dados do levantamento para nossos leitores: 
 
Públicos de Cultura
 
- 89% nunca foram a um concerto de ópera ou música clássica em uma sala de espetáculo
 
- 71% nunca estiveram numa exposição de pintura
 
- 51% não fazem nenhuma atividade cultural no fim de semana
 
- 91% tem como primeira opção de lazer assistir a um filme em casa ou outro lugar diferente do cinema
 
- 80% preferem dançar em bailes e baladas
 
- 72% vão ao circo
 
- 69% gostam de ler um livro por prazer
 

Fonte: SESC / Fundação Perseu Abramo
 
 
 

Opinião

"O cenário de mudança do papel para o digital trouxe diversos efeitos para a comunicação, como demissão em massa e problemas em redações. Mas, ao mesmo tempo, esse caos exigiu dos profissionais mais criatividade. É um momento de produzir experimentos, tentar novas apostas e aprender com erros e acertos."

Rafael Sbarai, editor de mídia social e interatividade da Veja e professor do programa de pós-graduação em Jornalismo Esportivo da FAAP.

Opinião

"Quero ser lembrado como produtor. Produzir é trabalho, tocar como DJ é diversão. (...) Quero deixar um legado musical. E não dá para fazer isso como DJ, não fica para a posteridade."

Mark Ronson, produtor musical e DJ.

Como realizar uma gestão eficiente de sortimento

por Marcelo Murin*

Em uma época de constante busca por inovação, especialização e diferenciação, gerenciar o sortimento no varejo tornou-se algo cada vez mais desafiador. Muito se fala no jargão do varejo, que as gôndolas não são "elásticas", o que é uma figura de linguagem para explicar que não há espaço no varejo para todos os lançamentos e introduções de itens que a indústria propõe no mercado todos os anos.

Isso me parece óbvio, no entanto, o grande desafio é como fazer as melhores escolhas para sua loja, e neste caso, valem todos os segmentos varejistas e qualquer tamanho de loja também, uma vez que restrições de espaço se dão em todos.

Sabemos que muitas decisões para inclusão ou exclusão de itens no varejo, ocorrem após simples negociações comerciais, com investimentos iniciais ou também para eliminação dos estoques de itens a serem excluídos. Neste caso fica evidente que a exclusão de itens de baixo desempenho é tão importante quanto à inclusão.

Claro que estas negociações fazem parte do processo, no entanto, acredito fortemente que se devem levar em consideração outras questões de extrema relevância na gestão de sortimento, que são:

· Shopper - quem compra na loja em questão, como se comporta, o que procura em determinada categoria, com que frequência realiza suas compras e etc. Ou seja, o varejista deve entender no detalhe o comportamento de seu cliente.

· Varejo / loja - qual a localidade, tamanho e a estratégia de atuação, sempre considerando seus objetivos comerciais.

· Mercado - é importante também conhecer as tendências do mercado no qual o varejista está inserido, e como tem atuado sua concorrência direta e indireta.

· Financeiro - aqui o varejista deve realizar análises de margem, rentabilidade e potencial de venda incremental versus canibalização com outros itens. Esta questão é o que vai garantir os ganhos econômicos desta gestão.

Claro que não é tão simples assim realizar uma análise detalhada em todos os casos, pois muitas vezes as decisões devem ser tomadas para um grupo de lojas, que nem sempre tem o mesmo perfil de shopper ou estão em localidades semelhantes, ou até mesmo sabe-se que haverá perda financeira sobre certo item ou categoria, mas que a decisão se deu devido a uma questão de ganho mercadológico.

Por isso que é importante ter o máximo de variáveis possíveis a sua disposição no momento da tomada decisão, pois desta forma se minimiza consequências distorcidas na gestão do sortimento.

Por fim, gostaria de destacar que dentre todas estas questões, a preocupação em atender corretamente ao shopper, é uma das mais importantes, pois só assim seu negócio gera fidelização, credibilidade e traz consigo perenidade junto ao mercado. Lembre-se: seu cliente é o componente mais importante de seu negócio!!!

*Administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto.

SITE: 
www.sollopdv.com.br

sábado, 26 de abril de 2014

Opinião

"Para mim a criação é muito difícil. Eu não sou uma pessoa que tem ideia e que escreve toda hora. Toda semana é uma crise."

Gregório Duvivier, ator e humorista.

Opinião

"Eu começo a ver o Carnaval virar um grande festival, perder as tradições. Perder, principalmente, a manifestação baiana, aquela cultural que os artistas baianos têm e fazem. (...) Isso é um erro da coisa empresarial, que não vê a cultura."

Armandinho, músico.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Opinião

"O líder deve tomar conta das pessoas para que elas tomem conta dos negócios e dos clientes. O chefe que ignora as questões das pessoas nunca terá um time ao seu lado. Por outro lado, o limite é não ser protetor. Apesar de se preocupar com as pessoas, deve ser exigente com os resultados e a excelência em todas as ações."

Sílvio Celestino, sócio-diretor da Alliance Coaching.

Gestão compartilhada: como alavancar os resultados de uma empresa

por Nadia Korosue*

Quando ouvimos falar sobre gestão compartilhada, geralmente associamos a um programa de governo que basicamente envolve a participação da sociedade civil para a solução de um problema nas áreas de saúde, assistência e educação, por exemplo, ou parcerias público-privadas para gestão de empresas como a Eletrobrás e Infraero. Entretanto, esta também tem sido uma excelente estratégia para alavancar a marca e os resultados de empresas privadas de todos os setores: indústrias, comércios e prestadoras de serviços.

A gestão compartilhada neste âmbito é a gestão realizada em conjunto por vários entes que se reúnem para gerir projetos ou processos visando um objetivo comum. O diferencial desta estratégia é aliar qualidades indispensáveis para que os resultados sejam alcançados em curto prazo, ou seja, know-how e experiência.

A ideia de gestão compartilhada surge a partir das dificuldades enfrentadas pelas empresas para gerir o negócio de maneira efetiva sem perder o foco no seu core business. É unir inteligência e melhores práticas para atuar com excelência em outras áreas como estratégia, governança, finanças, recursos humanos, tecnologia, logística e marketing.

O trabalho em conjunto com profissionais diversificados costuma ser uma das melhores maneiras de prever e prover soluções para problemas pontuais ou complexos, otimizar riscos e investimentos e contribuir efetivamente para a consolidação de conhecimento e desenvolvimento da equipe.

O que estimula ainda mais sua adoção tem sido, principalmente, ao fato que demoraria muito tempo para se obter o conhecimento em detalhe de todas as áreas de negócio e ainda acompanhar as mudanças do mercado para que o empreendedor tome decisões mais assertivas. É certo que o crescimento acelerado e sustentável do negócio está diretamente vinculado ao perfil e talento dos líderes e profissionais que este tem ao seu lado. 

Outro aspecto favorável da gestão compartilhada é que ela não necessita ser permanente. A gestão pode ser por um prazo determinado até que a empresa se torne mais competitiva no mercado de atuação ou mais saudável financeiramente, por exemplo, isto é, dependerá do foco estratégico.

O que é evidente neste modelo de gestão é que a cada objetivo alcançado, aumenta a confiança dos participantes, tornando a cooperação mais estimulante para atingimento de metas e resultados. É uma maneira de obter o engajamento explorando o que cada um faz de melhor.

É importante ressaltar também que para tanto, todos devem respeitar e confiar no conhecimento e experiência específica vivenciada por cada um dos envolvidos. A ideia é que todos aprendam e saiam mais amadurecidos e com novas ideias para que o negócio tenha ainda mais sucesso.

Além disso, é fundamental delimitar em documento formal o escopo, a atuação das partes e ainda gerir a comunicação e a transparência das informações para diminuir qualquer tipo de conflito.

Se você é um empreendedor, pense no assunto, experimente. É uma parceria que tem tudo para dar certo.

*Administradora de empresas, especialista em projetos e sócia da GOAKIRA Consultoria.

SITE:
www.goakira.com.br

Opinião

"O líder que consegue que seus colaboradores deem o melhor de si, geralmente conseguem resultados expressivos. E demonstrar que estão todos juntos, com o mesmo objetivo, é o caminho para o comprometimento dentro de uma hierarquia de respeito e colaboração."

Cesar Cordeiro, sócio fundador da S100 - Consultoria Organizacional e Gestão de Pessoas.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Dia da Terra

O Dia da Terra foi criado pela ONU em 2009 para promover a harmonia entre a sociedade
e o meio ambiente. (Foto: NASA / Divulgação)

As leis mentais determinam o azar, a sorte e o castigo?

por Orlando Oda*

Certa vez ficamos sem gás no prédio onde morávamos. Por sorte, tinha guardado um botijão de gás vazio, mas não tinha ideia onde comprar o gás. Sai para trabalhar com o botijão no carro. Algo me fez mudar a trajetória naquele dia. Alguns quarteirões à frente encontrei um caminhão de gás parado na rua com pneu furado.

Aparentemente um fato sem muita importância, mas eu poderia ter feito o trajeto rotineiro. Neste caso, provavelmente teria que perder muito tempo e combustível para encontrar e comprar o botijão de gás. Mas, e se esse fato fosse algo muito mais importante e impactante que poderia mudar a trajetória da minha vida? 
 
Por que deu tudo certo tão facilmente? Eu passei na rua certa na hora certa. Se tivesse passado na rua ao lado não teria visto o caminhão de gás. Se tivesse passado dez minutos antes ou depois não teria encontrado o gás. O que faz com que encontre a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa? Será meramente sorte?

A sincronização precisa ser tríplice para que ocorra o fato. Não adianta nada encontrar aquela "pechincha" de imóvel ou automóvel se estiver sem dinheiro. A pessoa tem que estar alinhado no tempo certo. Se o encontro acontecer na hora errada a "pechincha" pode até gerar uma dor de cabeça, como fazer um empréstimo inadequado ao momento.

Mesmo que surja uma ótima oportunidade de emprego, se você não estiver preparado e se não tiver a disponibilidade naquele momento não gerará nenhum fato relevante a não ser a frustação. Também é possível que um profissional preparado não encontre uma oportunidade adequada. O fator determinante é que aconteça a tríplice adequação.

Duas pessoas são envolvidas num acidente em uma esquina. O que faz com que duas pessoas estejam no mesmo lugar, na mesma hora? Alguns segundos seriam suficientes para evitar o acidente. Infeliz coincidência ou algo fez com que fossem atraídas para o mesmo lugar na mesma hora?

O encontro casual entre um homem e uma mulher é o ponto de partida para uma união feliz ou infeliz para toda a vida. Creio que não pode acontecer somente devido à atração visual causada pelos hormônios. Há um mecanismo da atração que induz a uma atenção visual. Há algo que faz com que aconteça o encontro.

O que move duas pessoas para o encontro, para o mesmo lugar, na mesma hora? Não seria uma ideia que surge de repente? Para escolher um ramo de negócio, um ponto comercial, uma máquina, tudo, enfim, é decidido por uma ideia que surge repentinamente. Desta forma movemos, somos atraídos para aquele local, aquele objeto ou pessoa, naquela hora.

Se surge de repente uma ideia na nossa mente, a causa também está na nossa cabeça. As ideias infelizes que muitas pessoas chamam de castigo ou azar vem também do nosso imaginário. Existe algo que nos controla de dentro e faz tomar decisões erradas ou certas. Se forem ideias felizes as pessoas chamam de sorte.
 

Este mundo é regido pela lei de causa e efeito. Fatos e acontecimentos tem uma causa: a ideia que surge repentinamente. Existe uma causa que não é obra do acaso. Creio que exista uma regra, uma lei mental que determina a sincronização da pessoa, local e hora para acontecer o encontro. A lei da atração é uma das leis mentais.

Se não é obra do acaso, por que não planejar a vida? Pior coisa é ser uma ovelha que segue o bando. Não há como planejar sem conhecer as regras que regem os acontecimentos na nossa vida. A ignorância, o desconhecimento é a causa dos piores "castigos" que o homem pode receber.

Creio que vale a pena estudar, entender como funcionam as leis mentais. Leis são regras que são aplicadas mesmo desconhecendo. As chances de sofrer uma queimadura é muito maior se desconhecer que objeto quente provoca queimadura. Não adianta alegar o desconhecimento da lei, será penalizado da mesma forma.

*Administrador de empresas e presidente do Grupo AfixCode.
 
 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Prisioneiros políticos: como utilizam a Teoria dos Jogos

por Marcos Morita*

O doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal durante a
operação Lava Jato, teve suas conversas gravadas de forma clandestina em Curitiba segundo seu advogado, Antônio Figueiredo. Youssef está preso desde o dia 17 de março, suspeito de ser uma das chaves de um esquema que movimentou ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Atrás das grades está também o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto da Costa, indicado pelo Partido Progressista e mentor da operação que envolvia de um lado empresas interessadas em fornecer produtos e serviços para a estatal e de outro, líderes políticos do partido.
                                                                                                                         
A história de ambos se encontra na viabilização dos pagamentos, os quais eram entregues em dinheiro vivo ou depositados em paraísos fiscais por meio de empresas de fachada. O balaio de gato envolve ainda André Vargas, deputado licenciado do PT, os líderes do PP, Nelson Meurer e João Pizzolatti e até pasmem, Fernando Collor de Mello. Certamente outras figurinhas aparecerão quando o doleiro e o ex-diretor começarem a dar com a língua nos dentes. 

Não obstante, notícias como esta não serem uma novidade para um país tão acostumado a sacanagens, falcatruas, tramóias e artimanhas, a situação em si é bastante peculiar, trazendo a tona o dilema do prisioneiro, formulado pelos matemáticos americanos:
Merrill Flood e Melvin Dresher e parte da Teoria dos Jogos, ramo da matemática que estuda situações estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações para melhorar seu retorno. Um dos expoentes deste campo foi o economista John Nash, ganhador do Prêmio Nobel em 1968, cuja história foi narrada no filme uma Mente Brilhante, de 2001.

De maneira sucinta, é assim que se apresenta o problema, bastante aderente e aplicável a situação. Vejamos:

Dois suspeitos são presos pela polícia, a qual sem provas suficientes para os condenar, separa-os e os coloca em salas distintas, oferecendo a ambos o mesmo acordo:

a. Se um dos prisioneiros trair e o outro permanecer em silêncio, o traidor sairá livre enquanto o cúmplice cumprirá 10 anos de sentença;

b. Se os suspeitos ficarem em silêncio, a polícia só poderá condená-los a 6 meses de cadeia;

c. Se ambos traírem o comparsa, cada um levará 5 anos de cadeia.

Como encontram-se em salas separadas e sem comunicação, cada prisioneiro tomará sua decisão sem saber o que se passa na cabeça do comparsa. Para complicar um pouco mais a situação, serão julgados simultaneamente. As questões que o dilema propõe são: o que irá acontecer? Como cada prisioneiro irá reagir? Creio que alguns já concluíram qual a melhor opção, porém, vejamos como cada prisioneiro pensaria. Coloque-se em seu lugar e duas hipóteses provavelmente seriam formuladas.

a. Imagino que o outro suspeito ficará em silêncio. Tenho então duas opções. Ficar quieto e cumprir 6 meses de cadeia ou traí-lo e ser solto.

b. Imagino agora que serei traído. Posso traí-lo também e ficar cinco anos recluso ou manter-me calado e amargar 10 anos de detenção. 

Veja que em ambos os casos, trair é a melhor opção e provavelmente 5 anos seria o tempo em que cada um dos suspeitos ficaria atrás das grades. Trazendo novamente a Teoria dos Jogos, trair é o que se denomina como estratégia dominante ou Equilíbrio de Nash, ou seja, a que apresenta melhor resultado, independentemente da decisão do outro jogador. Para quem curtiu o filme, lembre-se da cena na qual John Nash, interpretado por Russell Crowe, está em um bar com seus amigos quando um grupo de garotas adentra no recinto. 




O interessante do problema é que a opção trair não é a mais interessante para o conjunto. Caso decidissem ficar em silêncio, cada um dos suspeitos cumpriria apenas 6 meses de prisão. Podemos dizer então que o Dilema do Prisioneiro leva a um equilíbrio ineficiente, conduzindo os participantes a um resultado inferior. Mas o que aconteceria caso os suspeitos pudessem se comunicar? Será que o resultado seria diferente?

Voltemos ao caso do inicio do artigo. Será que a escuta colocada na cela serviria para que colaborassem, levando a uma pena mais reduzida para ambos? Mesmo que chegassem a um acordo, o que garantiria que ex-diretor e doleiro manteriam suas palavras? Não se sentiriam tentados a mudar de opinião na última hora, ficando livres e deixando seu comparsa mofando por 10 anos na cadeia? O foco passou da falta de comunicação para a falta de confiança. 

Você confiaria em alguém que tem em sua agenda a seguinte frase de Millôr Fernandes: "acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder". Desta maneira, podemos intuir que a escuta estava muito mais para os outros suspeitos mencionados, cujo objetivo supremo está em trair e levar vantagens individuais, mesmo que a principio se utilizassem da colaboração para extorquir os cofres públicos. Creio que o ditado mais aplicável neste caso seria: a ocasião faz o ladrão. Simples, raso e chulo, porém bastante adequado ao perfil dos condenados. 

*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. 

SITE: www.marcosmorita.com.br 
 

Opinião

"Chamar a atenção é apenas o primeiro passo para uma campanha ser bem sucedida, mas é muito mais importante deixar um legado para a marca conseguindo gerar um ganho na proximidade com o consumidor. Esta é a fórmula do sucesso de uma campanha ter êxito."
 
Silvia Herranz, diretora geral da Ipsos ASI Brasil.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Aventura: a volta ao mundo de Leonardo Spencer e Rachel Paganotto

O casal brasileiro Leonardo Spencer e Rachel Paganotto largou a vida estável em SP para viajar o mundo. A ideia é percorrer 192 mil quilômetros, por 70 países, de 5 continentes. Mais informações no site do projeto http://www.viajologoexisto.com.br. (Foto: Leonardo Spencer / Arquivo pessoal)

Opinião

"Fui picado pela mosca da educação e nunca mais consegui me afastar da sala de aula. Após algumas experiências lecionando, eu me dediquei ao que faço até hoje: educação corporativa. (…) Precisamos desenvolver competências muito mais do que fornecer conhecimento. (…) São quatro pontos importantes para fazer isso. Saber usar os recursos financeiros, humanos e naturais e compreender a importância do tempo, de fazer cada vez mais em um menor período. (…) Conhecimento, habilidade e atitude: conhecimento fornece saber, habilidade me dá poder e atitude é o querer. Saber, poder e querer."

Eugenio Mussak, educador e escritor.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Opinião

"Sou um exilado cultural do Brasil. O país me decepciona em vários sentidos. Ele foi dominado por uma onda de conservadorismo que despreza as conquistas do povo." 

Paulo Coelho, escritor.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Opinião

"Acho que o estilista é a peça chave para que o designer consiga fazer um bom trabalho, é ela quem cria a coleção como um todo, determina as modelagens, escolhe tecidos, aviamentos, bordados etc. O designer tem a capacidade criativa e técnica para transmitir em imagens o conceito e tema da coleção. Trabalham juntos o tempo todo."

Clau Cicala, designer de estampas.

Copa do Mundo com mais "sabor" em Brasília


Opinião

"É nosso dever aprimorar o processo de gestão e governança, pois não levamos o tema com a profundidade necessária. (…) Observamos o sucesso dos coreanos e a forma como os processos funcionam para eles quando planejam e chegam no objetivo com a visão estratégica que sempre possuíram. (…) Aprendam o que significa a palavra ADM: avaliar, direcionar e monitorar. Dessa forma, vamos garantir um processo eficiente de governança inteligente."

Jorge Gerdau Johannpeter, empresário e presidente do Conselho de Administração da Gerdau.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Opinião

"Gosto de experimentar novos modos de expressão. Por isso transito entre cinema, teatro e toda forma de arte."

Ricardo Alves Jr., cineasta. 

domingo, 6 de abril de 2014

As quatro chaves do pensamento estratégico

por Marcos Morita*

Você sabe o que significa estratégia? Sua origem provêm do grego stratègos, onde stratos = exército e ago = comando. Uma utilização peculiar pode ser vista no filme Tropa de Elite, no qual Wagner Moura repete o conceito em várias línguas para um grupo de recrutas sonolentos. O termo migrou para o mundo corporativo por meio de livros como a "Arte da Guerra" e hoje em dia em concorridas palestras de ex-policiais do BOPE. É presença constante em reuniões corporativas, onde concorrente é chamado de inimigo, ponto de venda é conhecido como campo de batalha e conquista de território é sinônimo de participação de mercado.

Engana-se porém, quem imagina que estratégia está restrita ao mundo bélico ou corporativo. Você, eu, assim como qualquer outra pessoa pode se beneficiar do pensamento estratégico em qualquer papel que esteja inserido: colaborador, executivo, empreendedor, voluntário, esposa, marido, pai, companheiro. Para ajudá-lo a pensar de maneira estratégica criei um guia com quatro chaves, cada qual com um nome sugestivo, em geral uma alegoria aos conceitos apresentados. Você poderá utilizá-las em qualquer sequência, assim como três, duas ou apenas uma, porém seu poder e eficiência serão tanto maiores quanto mais chaves utilizar. Vejamos.

Alice no País das Maravilhas: a primeira chave versa sobre a definição de objetivos de curto, médio e longo prazo, alinhados ao acrônimo SMART. Para defini-lo utilizarei de alguns tipos que cruzam nossa vida. Qual a semelhança entre o fumante e o obeso no primeiro dia do ano, o amigo sonhador que a cada hora aparece com uma nova ideia e o político em véspera de eleição? Todos têm sonhos e promessas, as quais na maioria das vezes não se concretizam por não serem específicas, mensuráveis, atingíveis, realizáveis e com um tempo definido, ou seja, não são SMART, traduzindo as palavras para o inglês: Specific, Measurable, Attainable, Relevant, Time-bound, e utilizando suas primeiras letras.

Agora, por que Alice? Para quem não se recorda do filme, há uma cena na qual a garota perdida na floresta entabula uma conversa com o gato. Alice em frente a uma bifurcação pergunta para aonde levam estas estradas. O gato em cima de uma árvore responde: depende, para aonde você quer ir? Alice diz que não sabe que caminho seguir. E então o gato, genialmente, responde que para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho serve. Enfim, saber definir objetivos, monitorá-los e cumpri-los é uma arte que poucos dominam, por exemplo os projetos em sua empresa, a reforma da sua casa, os puxadinhos nos aeroportos, as obras públicas do PAC e os quilinhos extras que insistem em persegui-lo.

Avestruz: neste mundo globalizado, interconectado e instantâneo, empresas lançam produtos e serviços com velocidade cada vez mais espantosa, reduzindo os ciclos de vida de seus produtos, muitas vezes canibalizando-os antes que a concorrência o faça. Creio que se lembre da casa de sua avó com o fogão antigo e o pinguim em cima da geladeira, relíquias de um casamento remoto. Não obstante reclamamos que tudo hoje é descartável, mas não aguentaríamos tanto tempo utilizando os mesmos eletrodomésticos. Vamos testar? Pare e olhe o seu smartphone, televisor de LED, tablet ou ultrabook. Aposto que o anterior ainda estava em perfeitas condições de uso.

Apesar destas óbvias constatações, muitas vezes nos comportamos como avestruzes, enfiando a cabeça na terra ao invés de olharmos o mundo exterior, as ameaças e oportunidades que nos cercam. Quem já foi despedido alguma vez sabe o quão difícil é retomar os contatos perdidos, esquecidos enquanto estávamos compenetrados no dia a dia da empresa. Empresários também se enquadram toda vez que são surpreendidos pelos lançamentos e promoções da concorrência. Faltou ao empregado a disciplina em cultivar seu networking e ao empreendedor manter-se atualizado com as novidades do seu mercado. Para ambos, uma lição a ser aprendida: olhe sempre para fora da caixa.

Bombeiro: atire a primeira pedra quem nunca se sentiu como um bombeiro, apagando incêndios. Prazos apertados, cumprimento de metas, reclamações de clientes, entrega de relatórios, pedidos do chefe, reuniões intermináveis. Tudo isso faz parte do dia a dia das organizações, as quais em busca de maiores lucros acabam por reduzir seus quadros, sobrecarregando os que ali permaneceram. O problema é quando isto se torna rotina, refletindo-se em longas jornadas, cansaço, estresse e retrabalho, interferindo em sua vida pessoal.

O consultor e escritor Stephen Covey em seu livro "Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", já mencionava a importância em separar o importante do não importante e o urgente do não urgente, ensinando as pessoas a trabalharem no quadrante mágico do planejamento, invariavelmente esquecido e atropelado pelas urgências. Planejar, delegar, treinar, fixar grandes objetivos, controlar, monitorar e antever eventuais problemas antes que se tornem urgentes, são atitudes que podem ajudá-lo a retomar o controle do relógio. Tente reservar uma hora por dia para trabalhar nas atividades listadas. Você verá que os resultados são impressionantes.

Grandes Ovos: conheço diversos executivos e empresários solitários e arrependidos, cujos filhos e esposas preferiram seguir seu próprio caminho enquanto seus pais e mães ausentes viajavam ou trabalhavam horas a fio. Infelizmente para nós que já temos cabelos brancos, muitas vezes é necessário um acontecimento ou evento inesperado: doença, separação ou morte para que a ficha caia. Mergulhados em nossas atividades, esquecemo-nos de perguntar o que é realmente importante em nossas vidas. Tal qual o poema do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, Carta de Despedida, repensamos o que poderíamos ter feito, caso pudéssemos voltar as horas.

Pare enquanto ainda há tempo e liste suas verdadeiras prioridades: esposa, marido, filhos, pais, amigos, tempo livre, estudos, desenvolvimento espiritual, trabalhos comunitários, cultivar um hobby, escrever um livro, construir uma casa, viajar, velejar. Uma vez definidos, estabeleça objetivos SMART para atingi-los, aproveitando o tempo livre que sobrará após livrar-se da síndrome do bombeiro. Viu só, sem querer você já está usufruindo dos benefícios de pensar estrategicamente.

*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. 


Opinião

"A percepção dos gestores e das lideranças é de que a educação corporativa aumenta a retenção e o comprometimento das pessoas com a organização. Elas valorizam mais o trabalho e isso ainda é motivo de atração, pois os profissionais tendem a buscar empresas que dão mais oportunidades."

Marisa Eboli, especialista em educação corporativa.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Opinião

"É compreensível o nosso desejo por soluções simples, em forma de livro, para os problemas humanos; mas, tirando a embalagem, o que fica são mensagens banais."

Oliver Burkeman, jornalista e escritor.

Opinião

"Nada na vida é por acaso. (...) A possibilidade da morte nos faz rever coisas importantes da vida. Quando você sabe que amanhã pode morrer, o hoje tem que ser pleno, cheio de amor, sentido. Aí você pensa: quanta bobagem a gente está fazendo. Para que essa ganância, essa disputa, esse ego inflado? (...) Vivo o presente sem expectativa e deixo a vida me surpreender."

Reinaldo Gianecchini, ator. 

10 dicas para apresentações eficientes

1. Use mais gestos, ocupe seu espaço

2. Fale com propriedade e energia

3. Prepare bem seu material de pesquisa

4. Pratique o suficiente

5. Foque na humanidade da apresentação

6. Não tenha medo de correr riscos

7. Não queira ser perfeito

8. Se divirta, não queira forçar formalidade

9. Saiba o que é relevante

10. Não se apresse



Fonte: Terry Gault, gerente de parceria e vice-presidente do The Henderson Group (publicado em http://computerworld.com.br)